Pr.
Claudio Marcio
Já há alguns anos
que leio a Bíblia, e uma das coisas que mais me incomodavam, no início da minha
conversão, era a forma como algumas pessoas defendiam sua fé com textos
bíblicos que, quando lemos, nos deixam com dúvidas sobre a relevância e
coerência entre a maneira como as pessoas os interpretam e a realidade de
nossos dias, por exemplo, quando alguém dizia que não se devia (ou era
proibido) usar determinada roupa porque era masculina (mulher usar calça), não
concebia aquilo como algo de fato correto, mas em nome da comunhão, acabava
concordando, mas o tempo foi passando e outras coisas começaram a ser mais
relevantes, contundentes e me dispus a me aprofundar sobre o porquê o texto
dizia aquilo, foi aí que encontrei-me com a interpretação dos contextos:
Histórico, Geográfico, Linguístico e Cultural, com o aprofundamento do estudo
cheguei a mais três contextos: Teológico, Denominacional e Crítico Pessoal.
Vejamos suas definições: Contexto Histórico => Quando consideramos que a
Bíblica foi escrita em uma época diferente da nossa, com realidades históricas
diferentes da nossa; Contexto Cultural => Passamos a entender que a cultura
bíblica difere e muito da nossa cultura (hábitos, aptidões, arte, lei, etc.). Contexto
Linguístico => Nada mais que a linguagem, o vocábulo utilizado para
expressar e descrever os acontecimentos, por exemplo, quando interpreto uma
linguagem e quando traduzo percebo a grande diferença, sendo assim, as
traduções bíblicas, muitas vezes são interpretações e não de fato, traduções,
interferindo diretamente em seu entendimento, por isto a necessidade da exegese
(interpretação bíblica) a partir do texto original (Hebraico e Grego). Contexto
Geográfico => Que tem tudo haver com a forma de viver e estar –
habitat/demografia, pois, imaginem um local sem saneamento básico – banheiro,
esgoto, chuveiro, etc. Sem as devidas condições sanitárias para uma
sobrevivência mais saudável. Contexto Teológico => Existem textos que são
altamente teológicos e que não podem ser tratados como literais, e, quando não
compreendemos isto, podemos interpretá-los à luz de uma realidade dispare (No
princípio criou Deus, ou seja, ação do divino criador). Contexto Denominacional
=> Algo que deve ser considerado é a comunhão daqueles que vivem embaixo da
mesma fé: Se concordam com um tipo de interpretação bíblica, devem ser
respeitados, ainda que outra denominação tenha uma interpretação mais coerente
(do seu ponto de vista) o que está em voga aqui é a comunhão (koinonia) para
convivência harmônica (tive dificuldade de compreender isto durante muito tempo),
isto é bíblico e digno de aceitação. Crítico Pessoal => Cada ser é único,
por isto, deve considerar sua fé pessoal e avaliar se o que lê é exatamente o
que crê, e, enquanto não consegue harmonizar fé e ação, aí entra o
questionamento pessoal (senso crítico que analisa de forma racional e
inteligente), que o conduz a buscar uma resposta à sua prática de fé baseada em
seu entendimento. Nesse caso o Espírito Santo e a pessoa devem ter um diálogo
contínuo e verdadeiro, pois não se trata apenas de seguir alguém ou uma
denominação, mas sim de se colocar a fé em prova. Isto precisa ser feito
continuamente, pois o ser humano é um ser pensante, não podendo aceitar tudo
sem questionar. Ainda que isto esteja na Bíblia. Daí em diante tornou-se melhor
para compreender as Escrituras. Aleluia! Na manhã desse dia eu lhe desejo um
bom dia e desejo uma leitura bíblica saudável e producente. Paz, Graça, Amor e
Redenção.
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