Compilação:
Pr. Claudio Marcio
CALVINISMO
Estritamente, Calvinismo é o nome dado aos
ensinamentos de João Calvino (1509-1564), reformador, nascido perto de Noyon,
França, do século XVI, que é muito abrangente. De uma forma mais ampla,
Calvinismo é o sistema teológico que abrange os ensinamentos de Calvino. O
termo “calvinismo” é usado para referir-se não a todo o sistema teológico
calvinista, mas à perspectiva sobre a eleição, ou seja, o pensamento teológico
de que Deus elege o homem a partir de Sua soberania.
Perspectiva Calvinista sobre a Eleição
A confissão Calvinista foi elaborada
no Sínodo de Dort (1618-1619), atribuída a Teodoro Beza (1519-1605), discípulo
de Calvino, em resposta aos seguidores de Jacobus Arminius (1560-1609) com seu
documento Remonstrance de 1610.
Percebe-se que foi elaborada após a morte de Jacobus Arminius.
A perspectiva calvinista clássica
acerca da eleição observa-se por meio de cinco itens principais:
1.
O homem é totalmente depravado; a capacidade de querer seguir a Deus foi
destruída;
2.
Deus elegeu homens para serem salvos incondicionalmente;
3.
Cristo morreu para salvar os eleitos;
4.
A graça irresistível é apresentada aos eleitos;
5.
O eleito perseverará, inevitavelmente, para a salvação final.
Estes cinco itens são apresentados em
cinco temas principais: 1) Depravação Total (Ef 2.1, 3; Cl
2.13; Jo 1.12, 3.3, 6, 7, 6.65, 8.44; Rm 3.10, 11, 9.16, 8.7-9; 1Co 2.14; 2Co
3.5; Ti 1.15; Ez 36.26; Sl 51.5); 2) Eleição Incondicional (Ef 1.5-11;
Rm 8.28, 30; 1Co 1.27-29; Mt 11.27, Jo 15.16; 2Ts 2.13); 3) Expiação Limitada (Mt
1.21, Ef 1.4, 5.25; 1Co 15.3, 22; Jo 1.9, 5.21, 17.9; Rm 5.15, 9.11-13; Mc
10.45; 1Pe 3.18); 4) Graça Irresistível (Rm 9.15, 19, 21, 22; Lc 14.23; Jo 6.44)
e; 5)
Perseverança dos Santos (Jo 5.24,.6.39, 40, 10.27-29, 17.12; Hb 10.14;
Rm 8.16, 29, 30, 35-39; Ef 1.13, 14; Fp 1.6; 2Tm 1.12, 2.13; 1Pe 1.5; 1Jo
5;.13; Jd 24, 25 ).
Estes
temas popularizaram-se em sua versão inglesa, por formar o acróstico TULIP (aportuguesadamente,
chamado de “TULIPA”), a partir da primeira letra de cada tema, utilizado
mnemonicamente para o ensino:
Total Depravity (Depravação Total)
Unconditional Election (Eleição
Incondicional)
Limited Atonement (Expiação Limitada)
Irresistible Grace (Graça
Irresistível)
Perseverance of the
Saints (Perseverança dos Santos)
Critica-se o fato de que os seguidores de
João Calvino que formularam o Calvinismo, pois o próprio Calvino não advogava
uma “Expiação Limitada”, ensinando que Cristo morreu por todos, os pecados do
mundo foram expiados (Comentários de Calvino de Gálatas a Colossenses), sendo
isto uma doutrina de Teodoro Beza.
Dentre os calvinistas mais notáveis na
histórica enumeram-se: Charles Hodge, Jonathan Edwards, Charles Spurgeon,
George Whitefield e R. C. Sproul. Contemporaneamente, este sistema teológico
estriba as abordagens teológicas das Igrejas Presbiterianas e Anglicanas,
dentre muitas outras.
As raízes do Calvinismo já podem ser
vistas em Aurélio Agostinho (354-430 d.C.).
ARMINIANISMO
Jacobus Arminius (1560-1609), holandês, é
considerado como idealizador das reflexões que conceituaram na elaboração dos
pontos que foram redigidos por 46 ministros e leigos holandeses em um documento
chamado Remonstrance que resumia a rejeição, por Armínio e por eles
mesmos, do calvinismo rígido.
Da mesma forma como o Calvinismo, o
“Arminianismo” como sistema teológico é bem mais abrangente do que apenas a
perspectiva sobre a eleição, mas costumeiramente, quando se fala que “fulano é
arminiano”, entende-se que diz respeito a sua perspectiva acerca da eleição.
Perspectiva Arminiana acerca da eleição
A proposta central do Arminianismo sobre a
eleição pode ser sintetizada na sentença: “A perspectiva arminiana sobre a
eleição é a de que Deus elege o homem a partir de Sua presciência, levando em
conta, previamente, a decisão do homem, ao utilizar seu livre-arbítrio”.
Seus itens principais reunidos
no Remonstrance (1610), um ano após a morte de Arminius, foram os
seguintes:
A depravação/deformação do homem é parcial;
ele ainda mantém a capacidade de poder escolher o bem. Apesar do pecado ter
deformado o homem, Deus derramou a “graça preveniente” que neutraliza o pecado
e possibilita que todos possam responder (sim ou não) ao evangelho;
Cristo morreu por todos os homens (Rm 5.6,
15; Is 53.12; Mc 14.24; Hb 5.9; Gl 5.12; Jo 1.29, 3.16, 17, 12.47; 1Jo 2.2);
O ser humano não possui graça salvadora
por si mesmo, nem do seu livre-arbítrio pode fazer qualquer coisa boa, mas é
necessário que ele seja nascido de novo por meio de Cristo;
A graça pode ser resistida, ou seja, o
homem pode rejeitar a graça que lhe é oferecida;
Os que foram incorporados a Cristo podem
ser destituídos da graça (Mt 7.22-23; 2Pe 2.22; Ap 3.5, 22.19);
O Sínodo de Dort (1618-1619) condenou o
pensamento Arminiano e excomungou os remonstrances da Holanda. Posteriormente,
para os calvinistas conservadores, os arminianos tornaram-se sinônimo de
pelagianos.
Dentre arminianos famosos encontram-se
John Wesley, Dwight Lyman Moody e Stanley Horton. Contemporaneamente, este
sistema teológico presentifica-se nas Igrejas Assembleias de Deus, Metodistas,
Deus é Amor, Evangelho Quadrangular, Igreja do Nazareno, dentre outras.
Críticas
em Geral
Os mesmos textos bíblicos que dão subsídios
teológicos-reflexivos para uma perspectiva muitas vezes também o fazem para
outra. Assim sendo, é possível encontrar calvinistas e arminianos defendendo, a
partir do mesmo texto, suas perspectivas, mudando, apenas, a abordagem. Um
exemplo clássico é João 3:16. Enquanto o arminiano, a partir do texto bíblico,
defende a expiação universal, afirmando que Cristo morreu por todos, citando:
“Deus amou o mundo”, o calvinista lê o texto e afirma que “o mundo”, referido
no texto bíblico, aponta para “os eleitos”.
Constantemente as maiores críticas ao
Calvinismo giram em torno da Expiação Limitada (no caso do Calvinismo Clássico)
e da Dupla Predestinação (no caso do Hipercalvinismo).
Alguns chamam o Calvinismo Clássico, com
seus cinco pontos principais, de Calvinismo Extremado, pois advogariam que o
próprio João Calvino não era Calvinista (em relação à todos os cinco pontos)
por não defender a Expiação Limitada.
Afirma-se ainda que a graça é irresistível
apenas para aquele que a aceita. Todos os Calvinistas creem na Perseverança dos
Santos.
Ao Arminianismo são feitas críticas
principalmente no “Decair da Graça” (popularmente chamada de “perda da
salvação”) e a um “Humanismo enrustido”, no qual, o homem comandaria as ações.
Para Calvino “o conhecimento prévio de Deus não pode ser o motivo de nossa
eleição, porque, quando Deus olha para o futuro e observa toda a humanidade,
Ele encontra a todos, do primeiro ao último, debaixo da mesma maldição”.
Variantes
Calvinistas e Arminianas
No
estudo do tema, diversos termos e variantes são percebidos:
Variantes
Calvinistas
Calvinismo Moderado – Acredita que a
imagem de Deus foi manchada pela queda, mas não apagada, assim sendo, o homem
teria a capacidade rejeitar a oferta de salvação (Mt 23.37, Jo 1.12, Dt 30.19,
Js 24.15, 2Sm 24.12, Jo 8.24, 6.69, 9.36, 38, 10.25). A salvação é oferecida
para todos e não apenas para os eleitos, assim sendo, acredita na expiação
ilimitada (Jo 8.34, 12.37). Uma pessoa não pode crer sem a ajuda da graça de
Deus (Fp 2.13-13). Diferencia-se do Arminianismo, principalmente, por afirmar
que Deus não apenas antevê as circunstâncias, mas as determina (At 2.23,
4.27-28; Jo 6.44, 10.17-18, Lc 22.22; 1Pe 2.8; Gn 45.8, 50.20; Rm 10.13). Deus
viu o uso de nossa liberdade, e, vendo, determinou, sempre de acordo com sua
presciência. É considerado um Arminianismo enrustido por grande parte dos
Calvinistas.
Hiper-Calvinismo – Supralapsário e
enfatiza a dupla predestinação, ou seja, Deus predestinou uns para o céu e
outros para o inferno. O Calvinismo Clássico afirma apenas que Deus elegeu
alguns para a salvação e os outros não seriam eleitos. A diferença consiste que
o “Hiper” afirma que Deus pré-ordenou alguns para o Inferno, enquanto o
Clássico afirma que Deus só elegeu para a salvação, mas os não-eleitos não são
eleitos para o inferno; simplesmente são não-eleitos (evidentemente, consequentemente,
os não-eleitos irão para o inferno, mas não, necessariamente, foram eleitos
para tal, eles, apenas, não são eleitos). A pessoa é coagida interna ou
internamente da própria salvação. Ela não tem escolha. No Hiper-Calvinismo
ressalta-se ainda que, se uma pessoa é eleita e de modo algum perderá a
salvação, ela pode viver desregradamente e dissolutamente, pois já está salva
mesma. Nisto também difere do Calvinismo Clássico, no qual Calvino defendia que
se alguém é, realmente, um eleito, evidenciará sua eleição por meio de uma vida
de santidade, compromissado com Deus.
Cripto-Calvinismo – Calvinismo Secreto.
Surge no século XVI por meio da influência do Calvinismo no pensamento
Luterano. Philip Melanchton e alguns dos seus seguidores foram acusados de se
acomodarem excessivamente às doutrinas de Calvino e, portanto, de praticarem o
Cripto-Calvinismo, fazendo com que as opiniões de Calvino estivessem sendo
secretamente sustentadas por membros da Igreja Luterana.
Barthianismo – Afirma que em Cristo está a
Eleição e a Reprovação, o sim e o não. Destarte, se Ele leva a reprovação da
humanidade sobre Ele e Ele foi aprovado por Deus, logo, nEle, a Humanidade
encontra a aprovação. Karl Barth é acusado por muitos como Universalista
(perspectiva que afirma que no final de todas as coisas, todos herdarão à
salvação; semelhante à doutrina da apokatástasis, que, baseando-se,
principalmente, em At 3:21, afirma que, no final, todas as coisas, até o diabo
e seus anjos, serão restaurados; defendida por Orígenes).
Variantes Arminianas
Arminianismo Extremo / Teísmo Aberto –
Norman Geisler designa o Teísmo Aberto como “Arminianismo Extremo”. Clarck
Pinnock, John Sanders, John Cobb, Greggory Body, David Basinger são nomes
alinhavados nesta perspectiva. O Teísmo Aberto/Arminianismo Extremado (também
chamado de Teologia Relacional ou Neoteísmo) afirma que o amor é o principal
atributo de Deus, sobreposto aos demais. Destarte, por amar as Suas criaturas,
para que elas sejam verdadeiramente livres, Ele se autolimita a determinar suas
escolhas. Ademais, o futuro não existe. Como Deus conhece apenas o que é
existente, Deus não conhece o futuro, pois ele ainda não existe. Deus conhece
apenas o que Ele determina que acontecerá. Assim também, Deus muda. Vai de
encontro a Sl 147.5; Is 46.10; Sl 139.1-6; Ef 1.4; Rm 8.29; 1Pe 1.2; At 1.20.[7]
Arminianismo Wesleyano – Desde a Queda, o
homem se encontra totalmente depravado (modifica a depravação parcial arminiana
clássica). O homem não tem qualquer poder de cooperar com a graça de Deus. A
culpa do pecado original de Adão recaiu em Cristo e deste pecado a humanidade é
justificada. Por esta justificação, veio uma semente universal de vida, uma
medida da graça, e os que empregam fielmente este dom da graça serão aceitos
por Deus no dia do juízo. Os que melhoram esta graça e perseverança até o fim
são ordenados para a salvação. Deus se propõe, desde a eternidade, salvar
àqueles que Ele previu perseverar assim na fé e na santidade.
Outros
termos importantes
Além das variantes de cada uma das
abordagens, existem outros termos muito utilizados dentro das perspectivas e de
suas variantes que vale a pena salientar para melhor compreensão:
Supralapsarianismo (ou Supralapsorianismo)
– Termo ligado ao Calvinismo. Perspectiva que afirma que o homem foi eleito
antes da Queda. Deus cria uns para serem salvos e outros para serem perdidos;
Teodoro Beza (1519-1605) defendia este posicionamento; associado ao Calvinismo
Extremo.
Infralapsarianismo (ou Infralapsorianismo)
– Perspectiva também ligada ao Calvinismo, que afirma que a Eleição ocorreu
após o fato da Queda. O Calvinismo Clássico caminha nesta perspectiva, bem como
João Calvino.
Amyraltianismo (ou Amyraldianismo ou
Redenção Hipotética ou Universalismo Hipotético) – Proposto por Moisés Amyrault
(1596-1664) para ser um meio termo entre Calvinismo e Arminianismo. Deus ama os
homens e enviou Seu Filho para realizar a salvação de todos os homens
possíveis. Deus, em virtude de um decreto universal hipotético, oferece a
salvação a todos os homens, caso eles creiam em Cristo. Todos os homens têm a
capacidade natural de se arrepender e crer. Como essa capacidade natural foi
obliterada por uma incapacidade moral, Deus determinou conceder Sua graça
eficaz a um número determinado entre a raça humana e assim assegurar sua
salvação.
Monergismo – junção dos termos
gregos mónos + érgon + ismos (mÒnoj + œrgon +„smÒj), “sistema do
trabalho de um”, ou seja, apenas Deus age no processo de salvação. Termo
utilizado, constantemente, para o Calvinismo Clássico.
Sinergismo – junção dos termos
gregos sýn + érgon + ismos (sÚn + œrgon +„smÒj), “sistema do
trabalho em conjunto”, ou seja, há uma ação conjunta no processo de salvação. O
homem dá um passo em direção a Deus e Deus dá um passo em direção ao homem.
Utilizado, geralmente, para o Arminianismo e Calvinismo Moderado.
Graça Preveniente – Graça que Deus oferece
e concede a todas as pessoas de alguma forma e é absolutamente necessária para
que os pecadores caídos – mortos em pecados e escravos da vontade – creiam e
sejam salvos. É a graça sobrenatural, auxiliadora e outorgante de Jesus Cristo.
Mas por ser preveniente (acontece antes), pode ser resistida. Se o homem
aceitar esta graça e permitir que ela opere em sua vida pela fé, ela se tornará
justificadora, eficaz. Esta perspectiva é Arminiana e Sinérgica, na qual, o
homem coopera com sua vontade com esta graça para a conversão.
Graça Salvadora – Produz Salvação (usada
mais no wesleyanismo).
Graça Santificadora – Opera a santificação
(usada mais no wesleyanismo).
Graça Comum – Influência do Espírito, que
em maior ou menor medida é concedida a todos os que ouvem a verdade.
Graça Especial – Graça pela qual Deus
redime, santifica e glorifica seu povo. Ao contrário da graça comum, que é dada
universalmente, a graça especial é outorgada somente àqueles que Deus elege à
vida eterna, mediante Seu Filho, Jesus Cristo.
Graça Suficiente – Tipo e grau de
influência do Espírito que é suficiente para levar os seres humanos ao
arrependimento, à fé e a uma vida santa.
Graça Eficaz – Influência do Espírito que
é eficaz para produzir a regeneração e a conversão. É eficaz porque é produzida
por Deus e nada do que Deus faz falha.
Graça Irresistível – É a graça que não
pode ser rejeitada.
Graça Cooperante – Influência do Espírito
que ajuda o povo de Deus em todos os exercícios da vida divina.
Graça Habitual – O Espírito Santo
habitando os crentes; ou aquele estado mental permanente, imanente, em virtude
de sua presença e poder permanentes.
Deterministas – Aqueles que negam que, nas
decisões morais, somos livres para fazer algo diferente daquilo que fazemos. O
determinista em oposição ao auto determinista, crê que nossos atos morais não
são causados por nós mesmos, mas por alguma outra pessoa ou coisa.
Pelagianismo – Entende que nenhuma força
externa, graça divina, é necessária para influenciar o homem para aceitar a
salvação de Deus. Nisto difere-se do Arminianismo, pois não advoga uma graça
preveniente.
Conforme é perceptível, há termos que são
correlatos, apesar de terem uma nomenclatura diferenciada. A graça salvadora, a
graça eficaz, a graça irresistível, a graça especial, querem dizer respeito,
dependendo da denominação, ao mesmo conceito: o favor de Deus outorgado para
operar a salvação.
E
os Batistas? O que dizem?
Em sua declaração de fé, artigo IV, os
Batistas da Convenção Batista Brasileira, dizem:
Eleição é a escolha feita por Deus, em
Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer
mérito, mas segundo a riqueza da Sua graça. Antes da Criação do mundo, Deus, no
exercício da Sua Soberania Divina e à luz de todas as coisas, elegeu, chamou,
predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos,
aceitariam livremente o dom da salvação (Gn 12.1-3; Ex 19.5-6; Ez 36.22, 23,
32; 1Pe 1.2; Rm 9.22-24; 1Ts 1.4). Ainda que baseada na soberania de Deus, essa
eleição está em perfeita consonância com o livre arbítrio de cada um e todos os
homens (Rm 8.28-30; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13-14). A salvação do crente é eterna. Os
salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus (Dt 30.15-20;
Jô 15.16; Rm 8.35-39; 1Pe 5.10). Nenhuma força ou circunstância tem poder para
separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus (Jo 3.16, 36, 10.28; 1Jo
2.19). O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoração como filhos de
Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na
graça da salvação (Jo 10.28; Rm 8.35-39; Jd 2.4; Ef 4.30).
Os batistas têm seus “princípios
batistas”, que identificam esta denominação e, em cada convenção (brasileira,
nacional, regular, etc.) as “doutrinas batistas”.
Conforme visto acima, na Declaração de Fé
da Convenção Batista Brasileira, os batistas creem que Cristo morreu por todos
e elegeu soberanamente os que creriam para a salvação, prescientemente
antevendo o uso do livre-arbítrio de cada um. Aqueles que crerem são
preservados para a salvação. Assim sendo, os batistas creem na expiação
universal arminiana e na perseverança dos santos calvinista. Seu posicionamento
teológicos é um meio termo entre Arminianismo e Calvinismo.
Conclusão:
Soberania e livre-arbítrio não são
incompatíveis, porém a maneira como abordarmos o assunto será determinante para
o resultado teológico que obteremos. O homem é livre e Deus é Soberano. Deus
não escraviza o homem e mantém Sua Soberania. O homem exerce seu
livre-arbítrio, mas não incorre em um Humanismo exacerbado. Interessante é
ressaltar também que tanto o Arminianismo Clássico, quanto o Calvinismo
Clássico enfatizam a responsabilidade humana e sua necessidade de expressar uma
vida santa e reta como evidência de sua eleição.
É dever do cristão examinar as Escrituras
e buscar aquilo o que elas trazem. Nem sempre as respostas podem coadunar-se a
um sistema teológico previamente estabelecido. Destarte, devemos estar abertos
ao diálogo e a considerações diferentes da nossa, pois na mesma Bíblia,
dependendo da abordagem, pressupostos, espaço-tempo e subjetivismo,
interpretações diferentes podem surgir.
Não devemos considerar o diferente,
errado, mas apenas diferente, aprendendo a viver e conviver fraternalmente
buscando o alvo que é viver Cristo e fazê-lo conhecido.
Referência
Disponível
em: https://thiagosurian.wordpress.com/2013/05/05/calvinismo-arminianismo-e-a-soteriologia-batista/. Acesso em 1 de
mai. 2017.
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