Pr. Claudio Marcio – I.E.M.P.N. – IGREJA EVANGÉLICA MINISTÉRIO PACTO NOVO
“Então é (ou foi) Natal o que você fez? O ano termina e
começa outra vez!”
Essa frase é um recorte da
música da cantora Simone, cujo álbum vendeu mais de um milhão de cópias, quando
lançada em 1995 ("Então é Natal", uma versão abrasileirada escrita por
Cláudio Rabello de "Happy Christmas (War is Over)", uma trova criada
por John Lennon em 1971.... - Veja mais em https://www.uol.com.br/splash/colunas/pedro-antunes/2020/12/24/entao-e-natal-de-simone-e-a-musica-mais-injusticada-do-brasil.htm?cmpid=copiaecola).
Em princípio, a música foi
bem aceita, passada a euforia vieram as críticas, particularmente gosto da
canção, nos permite refletir sobre a dualidade e duplicidade da convivência
antagônica e permanente de classes sociais e suas economias, etnias, religiosidade
cristã, apesar de não enfatizar as demais religiões contrárias ou a favor da
festa dita cristã.
E o que significa o Natal?
Nascimento de quê ou de quem? Geralmente atribui-se ao nascimento de Jesus,
apesar das datas não baterem com as narrativas do novo testamento. Ou seja, o
Jesus Histórico não teria nascido nesse período de frio. Mas deixemos os fatos
históricos e nos centremos na proposta natalina: reconciliação, união, amizade
e integração familiar. Não fosse a proposta de uma sociedade consumista e
imediatista (parafraseando Zymunt Bauman, Sociedade e Amor Líquidos), teríamos
uma proposta “perfeita” de integralização social.
A exemplo da música, parece
que, a cada ano, o Natal perde sua “magia” de integração social e reflexão principal
sobre o verdadeiro aniversariante: Jesus.
Em meio a Pandemia que nos
assola, temos que viver separados, para sobrevivermos; trago aqui a lembrança
da estória ou conto, sobre os porcos espinhos que aprenderam a sobreviver juntos,
no período glacial, mantendo o corpo aquecido sem se aproximarem tanto, a fim de
não serem mortos pelos espinhos de seus companheiros. Ou seja, no Natal, não
tem como não nos aproximarmos (ou tem?). Porém, essa aproximação pode nos fazer
bem ou mal? Tendo em vista que nem todos se protegem, se cuidam e nesse período
acabam se “esbarrando” no mesmo espaço, é possível que ocorra a transmissão do
vírus da covid-19 (ainda que seja de forma não-intencional), do mau humor, da
intolerância, da falta de sensibilidade, da indiferença, da falta de carinho e,
um dos piores, do interesse declarado pelo que irá receber de presente, sem demonstrar
nenhum tipo de afetividade pelo presenteador.
Após o dia natalino, festivo,
comestivo (neologismo meu), e de trocas de presentes ou apenas recebimento
deles por alguns, uma semana depois temos algo a mais a comemorar: a passagem
de ano. E é impressionante, mais uma vez, comparando com a música, como o ano
que se vai tinha sido tão aguardado por alguns e, sua ida é festejada por
todos, nesse 2020 atípico, compreendemos os problemas sociais, econômicos e
emocionais que provocou em massa. Porém o que gostaria de ressaltar é a intensidade
dos sentimentos que vêm e vão relacionados a coisas que pareciam fazer tanto
bem, e, de um momento para outro se tornam indesejáveis.
Considero essa escrita para
cristã(o)s, sendo assim, chegou o momento de ser específico em relação à
igreja. Tão bem recepcionada com o advento da descida do Espírito Santo, descrita
em Atos dos Apóstolos, e tendo sua continuidade por intermédio dos primeiros mártires
que, ao renunciarem os benefícios desse mundo, foram capazes de, com sua morte,
“plantarem” a semente da continuidade de novos membros que neles se inspiraram.
Entretanto, a universalização da igreja, por intermédio de sua união com o
Estado (Catolicismo), levou o Cristianismo para um caminho distante da comunhão
do Reino Celestial. Uma certa rejeição populacional acabou ocorrendo.
Tendo em vista a misericórdia
de Deus ser acima de quaisquer entendimentos dos seres humanos, e, seu amor infinito,
permanecer sobre sua promessa, aprouve a Ele, segundo o beneplácito de sua
vontade permitir a reforma protestante, a divisão do cristianismo, a fim de
descentralizar o poder de alguns sobre a igreja cujo poder não está no braço do
homem, mas sim na raiz do calvário que transformou maldição em bênção pela morte
de Jesus, e com sua ressurreição abriu o caminho de entrada para a morada
eterna no céu de nosso Deus e Pai.
A igreja hoje, também tem
caído em desagrado, pois muitos membros têm se afastado da missão (razão de
existir) dela: Anunciar e Viver o Reino de Deus na Terra. Ou seja, a Nova
Aliança em Cristo Jesus, não está pautada em renovações temporais, mas sim num
Pacto Novo de Sangue que é por toda a eternidade. Sendo assim, viver em
novidade de vida, não significa fazer festas, apresentar algo novo a cada
semana em nossas reuniões de louvor e adoração (nosso culto ao nosso Deus), mas
sim renovar-se no mesmo sangue, na mesma cruz, na morte e ressurreição de
Jesus.
Convido você a renovar sua
aliança com o Calvário, com a vida e morte de Jesus, com sua ressurreição e
expectativa de seu regresso, pois sem ele, não existe música, natal, ano novo
ou nenhuma novidade que nos torne felizes e aptos a passarmos a eternidade com
Deus.
Paz, Graça, Fé, Amor e Redenção
– Feliz Ano Novo em Jesus!
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