quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Lázaro e Jhonatas _ Mesmo assim te Louvarei (HQ) - dvd Um sentimento novo


PROSPERIDADE


  • Bem pessoal, vou preparar uma palestra sobre Prosperidade, gostaria de partilhar com vocês, quero fazer uma pesquisa de campo. Gostaria de saber: Quem serve a Deus sempre terá prosperidade? Vocês concordam sobre a Teologia da Prosperidade? Por gentileza emitam sua opinião. E com a vossa autorização eu citarei sua resposta quando estiver dando a Palestra. Já tenho um material e após vossa opinião emitirei o conceito bíblico sobre a mesma. Um forte abraço.

QUE EM EM 2012 ENTENDAMOS QUE NÃO TEMOS QUE VIVER APENAS EM BUSCA DE MILAGRES, DE MARAVILHAS, DE FATOS SURPREENDENTES QUE ESTÃO FORA OU LONGE DE NOSSO ALCANCE, CADA UM DE NÓS É UM MILAGRE DE DEUS E A PARTIR DE SI MESMO PODE REALIZAR MARAVILHAS INIMAGINÁVEIS. EU SOU O MILAGRE


Todo dia acordo, levanto, trabalho... estou em busca de um milagre.
Minhas decepções, frustrações pessoais e desilusões me fizeram ir a busca desse milagre.
Milagre que mude minha atual situação, minha condição limitante de não poder fazer o que desejo ou o que penso que desejo.
Um milagre ou uma maravilha, algo que seja extraordinário, que me faça sair do chão, que arrebate meus sentidos e me faça, praticamente, me tornar outra pessoa: perfeita, sem problemas, sem dificuldades, sem... 
É aí o ponto chave do meu problema! Buscar um milagre fora de mim, um milagre que venha de algum lugar que não seja eu mesmo, enquanto Jesus devolveu: “Se quiseres, posso curá-lo... Eu quero!” Tem que iniciar dentro de mim: Eu sou o milagre, sem falsa modéstia, sem pieguismo, exagero, ufanismo ou empáfia. 
Aceitar o extraordinário que vem dos outros é comum, aceitar-se como extraordinário é desconcertante. É mais cômodo dizer: “Não sou capaz! Não consigo! Não aprendo isto!
Tenho limitações que me impedem de superar esta dificuldade.” Desculpas, nocivas desculpas, que acabam me matando aos poucos, ao longo de segundos, que se multiplicam em minutos, que se somam até se tornarem horas, que se elevam ao ponto de virarem: dias, meses e anos, e... 
Quando menos percebo me fazem mais velho e me limitam o tempo da ação.
O que mais dói não é saber que se tem menos tempo, mas sim que, em todo tempo se tinha a solução: Eu mesmo! 
Mas não é fácil chegar a essa conclusão, precisa-se de um tempo, a cada um é dado o mesmo número de segundos, minutos e horas por dia. O que fazemos com eles? 
Esse é o Milagre!
Eu sou o Milagre!
Você é o Milagre!
Nós somos o Milagre!
Só posso chegar a essa conclusão do outro, do nós, enquanto Milagres, depois que eu me encontro, me percebo e, principalmente, me aceito como um genuíno milagre, sem efeitos especiais, sem fogos, sem alarde, porém no silêncio de meu âmago, na solidão do pensamento que busca se encontrar: Não sou maior ou menor, pior ou melhor que alguém, sou maior quando me sinto assim, sou menor quando me considero assim, posso melhorar ou até mesmo piorar, depende diretamente de mim: ser reprimido ou recalcado, influenciar ou ser influenciado, quando consigo me achar, enquanto fonte de virtudes e gerador de benefícios permanentes à humanidade e não poço de vergonhas e canal de desilusões ao meu semelhante.
E Deus? Perguntaria alguém. E eu respondo: É o autor do Milagre!
Ele não nos fez para andarmos errantes, nos fez contendo em nosso interior as respostas às perguntas que somos confrontados a fazer ou nos fazem diariamente.
E a fim de esclarecimento: Ser milagre, não é ser perfeito, não ter problemas, não errar. O que é então?
Ser gente, se aceitar como gente, não aceitar ficar errando, não aceitar o viver indiferente à vida e aos semelhantes, é desejar intensamente: com o espírito, corpo e alma o que se há de melhor e jamais o pior, e, se acaso acontecer do pior chegar pule por cima, saia da frente e deixe-o passar e, se apesar disso, ele insistir em ficar, não desista jamais, pois você é o milagre, e o pior não suporta milagres!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

33. DEPENDENTE DE DEUS Letra e Música: Pr. Claudio Marcio


Estou em tuas mãos Jesus,
Dependo só de Ti,
Minha família confia só em teu favor.
Creio em tua palavra, não me desesperarei.
Nossa aliança, está firmada no Senhor.
És o pão de cada dia, és a força e a alegria.
A certeza do que eu fizer prosperarei,
Nunca perco a confiança,
Tenho em Cristo a Esperança.
De ter sempre o que necessário for.

Pai sou teu filho, guiado sou na luz
Sua presença poderosa me conduz,
A luta é imensa, o mal assustador
Mas continuo sempre firmado em seu amor.

I. O SUPREMO E ÚNICO CRIADOR DE TODAS AS COISAS - DEUS

Cremos na existência de um Único Criador de todas as coisas existentes e inexistentes ao nosso conhecimento. Cremos que o Supremo Criador tem Domínio Legal e Moral sobre o Universo e sobre toda a criação. Cremos que existem dimensões desconhecidas, porém reais, as quais chamamos de espirituais.
Por falta de uma melhor designação cremos que o Supremo Criador é um Ser Infinito, Eterno, Perfeito, Sábio, Bom, Justo e Inigualável.
Cremos ainda que o Supremo Criador pode ser invocado em qualquer língua (Aleluia!), que se manifestou ao Patriarca Moisés com o Tetragrama YÔD – HÊ – VAV – HÊ (YHWH), entretanto, não limitou-se a atender apenas àqueles que o chamam por essa expressão, sendo assim o título DEUS, ainda que não seja um nome, é conhecido por todos em nossa língua (portuguesa) e qualquer outra língua que o invoque em ESPÍRITO e em VERDADE será identificado como um de seus seguidores, por isto cremos: Ele se revela a cada um como quer e responde a todos quantos o buscarem em sinceridade de coração, nisto cremos!

Cremos em sua “NATUREZA ESPIRITUAL”, indefinível e complexa, sabemos, no entanto, que a Bíblia Sagrada se refere inúmeras vezes ao Supremo Criador como Pai, o próprio Jesus diz aos apóstolos que sua identidade humana revela a essência do Pai e que o Espírito Consolador – “Cabeça da Salvação” – Orientador dos Salvos – seria o guia da Igreja.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal – SAF Vera Lucia Garavine Rizzo*


O uso de qualquer bebida alcoólica durante a gravidez representa riscos à saúde mental e física do bebê.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde: 10% da população possui algum tipo de deficiência, sendo a Deficiência Intelectual/Mental responsável por 5% desses casos. Entre as causas dessa deficiência podemos considerar como fator de risco comportamentais e ambiental o uso de fumo, drogas e álcool.

O álcool é a maior causa ambiental de deficiência intelectual no mundo. Por ano, 40.000 crianças apresentam problemas no desenvolvimento relacionado ao uso de álcool durante sua gestação.
Atualmente o Brasil possui cerca de 24,5 milhões de pessoas com deficiência e os estudos brasileiros indicam que de 20% a 40% das gestantes consomem bebida alcoólica.

Segundo pesquisa realizada pelo setor de genética do HC – USP Ribeirão Preto, na cidade de Batatais e nos municípios da região a porcentagem de gestantes que fazem uso abusivo de álcool é de 10 a 30%.

O uso de álcool por gestantes é um problema sério de saúde pública a ser enfrentado. Desde a fecundação até o último trimestre de gravidez, o álcool pode interferir no processo de desenvolvimento do feto. A situação clínica mais grave enfrentada pelo feto, submetido ao álcool dentro do útero, é chamada de Síndrome Alcoólica Fetal, que atinge um a cada 1000 bebês.

O álcool ingerido pela gestante ultrapassa a barreira da placenta e se acumula no líquido amniótico. Também atinge o feto pelo sangue do cordão umbilical, prejudicando a transferência de nutrientes e oxigênio. Em cerca de uma hora, os níveis de álcool no sangue fetal são iguais aos da mãe. Mas, como o bebê tem massa corporal menor e o fígado imaturo para metabolizar a substância, calcula-se que o efeito tóxico para ele seja oito vezes maior. As conseqüências dessa intoxicação permanecem a vida inteira, com intensidade variável.

A Síndrome Alcoólica Fetal é caracterizada por anomalias faciais típicas, restrição do crescimento (baixo peso) e anormalidades do sistema nervoso central (alterações estruturais, diminuição do tamanho do crânio, deficiência do desenvolvimento neurosensorial e motor, alterações comportamentais e sociais.

Há estudos que relatam que o consumo materno de álcool durante a gravidez é, entre os fatores identificáveis, a causa mais comum de anomalia fetal podendo ser observado:

ü  Disfunções do Sistema Nervoso Central (Deficiência Mental);

ü  Microcefalia (cérebro com tamanho inferior);

ü  Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor;

ü  Dificuldade na coordenação motora fina;

ü  Irritabilidade; impaciência; hiperatividade;

ü  Déficit de aprendizagem, atenção e memória;

ü  Distúrbios cognitivos e comportamentais;

ü  Déficit de crescimento: baixo peso; baixa estatura;

ü  Anomalias em diversos órgãos como dismorfismos faciais;

ü  Nariz curto com base alargada,
ü  Lábio superior fino e liso, ausência de filtro nasal,

ü  Fendas palpebrais pequenas, face média achatada.



A SAF não tem cura.  Mas é 100% prevenida. Se você é gestante ou está planejando uma gravidez: NÃO BEBA!




ALERTA!

- Álcool é álcool, não importa se é cerveja, vinho, batida de frutas ou qualquer outro destilado.

- Não há níveis seguros para ingestão de álcool durante a gravidez.

- O consumo de álcool durante o período de amamentação também prejudica o bebê.

- Você pode ajudar a si mesma e a seu bebê. Evite o consumo de álcool caso planeje engravidar ou se já estiver grávida.

O lançamento da campanha ocorreu durante o seminário sobre drogas. Outras ações como palestras, capacitações e distribuição de material informativo, estão agendadas para acontecer durante todo o ano de 2011.




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*Vera Lucia Garavine Rizzo é Gestora do Serviço de Prevenção da APAE Batatais.

A Ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra Moacir Gadotti *


RESUMO: O conceito de Ecopedagogia está relacionado com a sustentabilidade, para além da economia e da ecologia. A ecopedagogia inclui abordagens da planetaridade, educação para o futuro, cidadania planetária, virtualidade e a Pedagogia da Terra. A meta deste enfoque é discutir os paradigmas da Terra como uma comunidade global. Os princípios da Ecopeda-gogia são mais amplos do que a educação ambiental, desde que seu debate inclui processos de "co-educação", no marco da cultura de sustentabilidade, dentro e fora das escolas. A sustentabilidade educativa está além das nossas relações com o ambiente – ela se insere desde o quotidiano da vida, o profundo valor da nossa existência e nossos projetos de vida no Planeta Terra. Neste sentido, a Ecopedagogia, ou Pedagogia da Terra, é algo mais apropriado para a construção coletiva da Carta da Terra.
Palavras chaves: ecopedagogia, educação sustentável, pedagogia da Ter o:p>
ABSTRACT: The concept of "Ecopedagogy" is related to life sustainability, forward economy or ecology. The Ecopedagogy includes approaches of "planetaridade", education for the future, sustainability, planetary citizenship, virtuality or even Earth Pedagogy. The main aim of this study is to bring up Earth paradigm as a global community. The ecopedagogy concept is much larger than environmental education, since the central issue aims to debate the process of "co-education", within the culture of sustainability, inside and outside school’s projects. The sustainability education is much more than relationship with environment – it aims to debate, from quotidian life, the deep sense of our existence, our life project in the Planet Earth. In this scene, the Ecopedagogy, or Earth Pedagogy, is much more adequate to the collective process for building Earth Charter.
Key words: Ecopedagogy, education for sustainability, Earth pedagogy
Três décadas de debates sobre "nosso futuro comum" deixaram algumas pegadas ecológicas, tanto no campo da economia, quanto no campo da ética, da política e da educação, que podem nos indicar um caminho diante dos desafios do Século XXI. A sustentabilidade tornou-se um tema gerador preponderante neste início de milênio para pensar não só o planeta, um tema portador de um projeto social global e capaz de reeducar nosso olhar e todos os nossos sentidos, capaz de reacender a esperança num futuro possível, com dignidade, para todos.
O cenário não é otimista: podemos destruir toda a vida no planeta neste milênio que se inicia. Uma ação conjunta global é necessária, um movimento como grande obra civilizatória de todos é indispensável para realizarmos essa outra globalização, essa planetarização, fundamentada em outros princípios éticos que não os baseados na exploração econômica, na dominação política e na exclusão social. O modo pelo qual vamos produzir nossa existência neste pequeno planeta, decidirá sobre a sua vida ou a sua morte, e a de todos os seus filhos e filhas. A Terra deixou de ser um fenômeno puramente geográfico para se tornar um fenômeno histórico.
Os paradigmas clássicos, fundados numa visão industrialista predatória, antropocêntrica e desenvolvimentista, estão se esgotando, não dando conta de explicar o momento presente e de responder às necessidades futuras. Necessitamos de um outro paradigma, fundado numa visão sustentável do planeta Terra. O globalismo é essencialmente insustentável. Ele atende primeiro às necessidades do capital e depois às necessidades humanas. E muitas das necessidades humanas a que ele atende, tornaram-se "humanas" apenas porque foram produzidas como tais para servirem ao capital.
1- Pedagogia da Terra e educação sustentável
A sensação de pertencimento à Terra não se inicia na idade adulta e nem por um ato de razão. Desde a infância, sentimo-nos ligados com algo que é muito maior do que nós. Desde criança nos sentimos profundamente ligados ao universo e nos colocamos diante dele num misto de espanto e de respeito. E, durante toda vida, buscamos respostas ao que somos, de onde viemos, para onde vamos, enfim, qual o sentido da nossa existência. É uma busca incessante e que jamais termina. A educação pode ter um papel nesse processo se colocar questões filosóficas fundamentais, mas também se souber trabalhar ao lado do conhecimento essa nossa capacidade de nos encantar com o universo.
Hoje, tomamos consciência de que o sentido das nossas vidas não está separado do sentido do próprio planeta. Diante da degradação das nossas vidas no planeta chegamos a uma verdadeira encruzilhada entre um caminho Tecnozóico, que coloca toda a fé na capacidade da tecnologia de nos tirar da crise sem mudar nosso estilo poluidor e consumista de vida e um caminho Ecozóico, fundado numa nova relação saudável com o planeta, reconhecendo que somos parte do mundo natural, vivendo em harmonia com o universo, caracterizado pelas atuais preocupações ecológicas. Temos que fazer escolhas. Elas definirão o futuro que teremos. Não me parece realmente que sejam caminhos totalmente opostos. Tecnologia e humanismo não se contrapõem. Mas, é claro, houve excessos no nosso estilo poluidor e consumista de vida e que não é fruto da técnica, mas do modelo econômico. Este é que tem que ser posto e causa. E esse é um dos papéis da educação sustentável ou ecológica.
O desenvolvimento sustentável, visto de forma crítica, tem um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. É aqui que entra em cena a Pedagogia da Terra, a ecopedagogia. Ela é uma pedagogia para a promoção da aprendizagem do "sentido das coisas a partir da vida cotidiana", como dizem Francisco Gutiérrez e Cruz Prado em seu livro Ecopedagogia e cidadania planetária (São Paulo, IPF/Cortez, 1998). Encontramos o sentido ao caminhar, vivenciando o contexto e o processo de abrir novos caminhos; não apenas observando o caminho. É, por isso, uma pedagogia democrática e solidária. A pesquisa de Francisco Gutiérrez e Cruz Prado sobre a ecopedagogia originou-se na preocupação com o sentido da vida cotidiana. A formação está ligada ao espaço/tempo no qual se realizam concretamente as relações entre o ser humano e o meio ambiente. Elas se dão sobretudo no nível da sensibilidade, muito mais do que no nível da consciência. Elas se dão, portanto, muito mais no nível da sub-consciência: não as percebemos e, muitas vezes, não sabemos como elas acontecem. É preciso uma ecoformação para torná-las conscientes. E a ecoformação necessita de uma ecopedagogia. Como destaca Gaston Pineau em seu livro De l’air: essai sur l‘écoformation (Paris, Païdeia, 1992) uma série de referenciais se associam para isso: a inspiração bachelardiana, os estudos do imaginário, a abordagem da transversalidade, da transdisciplinaridade e da interculturalidade, o construtivismo e a pedagogia da alternância.
Precisamos de uma ecopedagogia e uma ecoformação hoje, precisamos de uma Pedagogia da Terra, justamente porque sem essa pedagogia para a re-educação do homem/mulher, principalmente do homem ocidental, prisioneiro de uma cultura cristã predatória, não poderemos mais falar da Terra como um lar, como uma toca, para o "bicho-homem", como fala Paulo Freire. Sem uma educação sustentável, a Terra continuará apenas sendo considerada como espaço de nosso sustento e de domínio técnico-tecnológico, objeto de nossas pesquisas, ensaios, e, algumas vezes, de nossa contemplação. Mas não será o espaço de vida, o espaço do aconchego, de "cuidado" (Leonardo Boff, Saber cuidar, Petrópolis, Vozes, 1999).
Não aprendemos a amar a Terra lendo livros sobre isso, nem livros de ecologia integral. A experiência própria é o que conta. Plantar e seguir o crescimento de uma árvore ou de uma plantinha, caminhando pelas ruas da cidade ou aventurando-se numa floresta, sentindo o cantar dos pássaros nas manhãs ensolaradas ou não, observando como o vento move as plantas, sentindo a areia quente de nossas praias, olhando para as estrelas numa noite escura. Há muitas formas de encantamento e de emoção frente às maravilhas que a natureza nos reserva. É claro existe a poluição, a degradação ambiental para nos lembrar de que podemos destruir essa maravilha e para formar nossa consciência ecológica e nos mover à ação. Acariciar uma planta, contemplar com ternura um pôr de sol, cheirar o perfume de uma folha de pitanga, de goiaba, de laranjeira ou de um cipreste, de um eucalipto... são múltiplas formas de viver em relação permanente com esse planeta generoso e compartilhar a vida com todos os que o habitam ou o compõem. A vida tem sentido, mas ele só existe em relação. Como diz o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade: "Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos os ipês".
Isso Drummond só poderia dizer aqui na Terra. Se estivesse em outro planeta do sistema solar ele não diria o mesmo. Só a Terra é amigável com o ser humano. Os outros planetas são francamente hostis a ele, embora tenham sido originados na mesma poeira cósmica. Existirão outros planetas fora do sistema solar que abrigam a vida, talvez a vida inteligente? Se levarmos em conta que a matéria da qual se originou o universo é a mesma, é muito provável. Mas, por ora, só temos um que é francamente nosso amigo. Temos que aprender a amá-lo.
Como se traduz na educação o princípio da sustentabilidade? Ele se traduz por perguntas como: até que ponto há sentido no que fazemos? Até que ponto nossas ações contribuem para a qualidade de vida dos povos e para a sua felicidade? A sustentatibilidade é um princípio reorientador da educação e principalmente dos currículos, objetivos e métodos.
É no contexto da evolução da própria ecologia que surge e ainda engatinha, o que chamamos de "ecopedagogia", inicialmente chamada de "pedagogia do desenvolvimento sustentável" e que hoje ultrapassou esse sentido. A ecopedagogia está se desenvolvimento seja como um movimento pedagógico seja como abordagem curricular.
Como a ecologia, a ecopedagogia também pode ser entendida como um movimento social e político. Como todo movimento novo, em processo, em evolução, ele é complexo e, pode tomar diferentes direções, até contraditórias. Ele pode ser entendido diferentemente como o são as expressões "desenvolvimento sustentável" e "meio ambiente". Existe uma visão capitalista do desenvolvimento sustentável e do meio ambiente que, por ser anti-ecológica, deve ser considerada como uma "armadilha", como vem sustentando Leonardo Boff.
A ecopedagogia também implica uma reorientação dos currículos para que incorporem certos princípios defendidos por ela. Estes princípios deveriam, por exemplo, orientar a concepção dos conteúdos e a elaboração dos livros didáticos. Jean Piaget nos ensinou que os currículos devem contemplar o que é significativo para o aluno. Sabemos que isso é correto, mas incompleto. Os conteúdos curriculares têm que ser significativos para o aluno, e só serão significativos para ele, se esses conteúdos forem significativos também para a saúde do planeta, para o contexto mais amplo.
Colocada neste sentido, a ecopedagogia não é uma pedagogia a mais, ao lado de outras pedagogias. Ela só tem sentido como projeto alternativo global onde a preocupação não está apenas na preservação da natureza (Ecologia Natural) ou no impacto das sociedades humanas sobre os ambientes naturais (Ecologia Social), mas num novo modelo de civilização sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral) que implica uma mudança nas estruturas econômicas, sociais e culturais. Ela está ligada, portando, a um projeto utópico: mudar as relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje. Aqui está o sentido profundo da ecopedagogia, ou de uma Pedagogia da Terra, como a chamamos.
A ecopedagogia não se opõe à educação ambiental. Ao contrário, para a ecopedagogia a educação ambiental é um pressuposto. A ecopedagogia incorpora-a e oferece estratégias, propostas e meios para a sua realização concreta. Foi justamente durante a realização do Fórum Global 92, no qual se discutiu muito a educação ambiental, que se percebeu a importância de uma pedagogia do desenvolvimento sustentável ou de uma ecopedagogia. Hoje, porém, a ecopedagogia tornou-se um movimento e uma perspectiva da educação maior do que uma pedagogia do desenvolvimento sustentável. Ela está mais para a educação sustentável, para uma ecoeducação, que é mais ampla do que a educação ambiental. A educação sustentável não se preocupa apenas com uma relação saudável com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que fazemos com a nossa existência, a partir da vida cotidiana.
2 – Consciência planetária, cidadania planetária, civilização planetária
A globalização, impulsionada sobretudo pela tecnologia, parece determinar cada vez mais nossas vidas. As decisões sobre o que nos acontece no dia-a-dia parecem nos escapar, por serem tomadas muito distante de nós, comprometendo nosso papel do sujeitos da história. Mas não é bem assim. Como fenômeno e como processo, a globalização tornou-se irreversível, mas não esse tipo de globalização – o globalismo – ao qual estamos submetidos hoje: a globalização capitalista. Seus efeitos mais imediatos são o desemprego, o aprofundamento das diferenças entre os poucos que têm muito e os muitos que têm pouco, a perda de poder e autonomia de muita Estados e Nações. Há pois que distinguir os países que hoje comandam a globalização – os globalizadores (países ricos) – dos países que sofrem a globalização, os países globalizados (pobres).
Dentro deste complexo fenômeno podemos distinguir também a globalização econômica, realizada pelas transnacionais, da globalização da cidadania. Ambas se utilizam da mesma base tecnológica, mas com lógicas opostas. A primeira, submetendo Estados e Nações, é comandada pelo interesse capitalista; a segunda globalização é a realizada através da organização da Sociedade Civil. A Sociedade Civil globalizada é a resposta que a Sociedade Civil como um todo e as ONGs estão dando hoje à globalização capitalista. Neste sentido, o Fórum Global 92 se constituiu num evento dos mais significativos do final de século XX: deu grande impulso à globalização da cidadania. Hoje, o debate em torno da Carta da Terra está se constituindo num fator importante de construção desta cidadania planetária. Qualquer pedagogia, pensada fora da globalização e do movimento ecológico, tem hoje sérios problemas de contextualização.
 "Estrangeiro eu não vou ser. Cidadão do mundo eu sou", diz uma das letras de música cantada pelo cantor brasileiro Milton Nascimento. Se as crianças de nossas escolas entendessem em profundidade o significado das palavras desta canção, estariam iniciando uma verdadeira revolução pedagógica e curricular. Como posso sentir-me estrangeiro em qualquer território se pertenço a um único território, a Terra? Não há lugar estrangeiro para terráqueos, na Terra. Se sou cidadão do mundo, não podem existir para mim fronteiras. As diferenças culturais, geográficas, raciais e outras enfraquecem, diante do meu sentimento de pertencimento à Humanidade.
A noção de cidadania planetária (mundial) sustenta-se na visão unificadora do planeta e de uma sociedade mundial. Ela se manifesta em diferentes expressões: "nossa humanidade comum", "unidade na diversidade", "nosso futuro comum", "nossa pátria comum", "cidadania planetária". Cidadania Planetária é uma expressão adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, atitudes e comportamentos que demonstra uma nova percepção da Terra como uma única comunidade. Freqüentemente associada ao "desenvolvimento sustentável", ela é muito mais ampla do que essa relação com a economia. Trata-se de um ponto de referência ético indissociável da civilização planetária e da ecologia. A Terra é "Gaia", um super-organismo vivo e em evolução, o que for feito a ela repercutirá em todos os seus filhos.
Cultura da sustentabilidade supõe uma pedagogia da sutentabilidade que dê conta da grande tarefa de formar para a cidadania planetária. Esse é um processo já em marcha. A educação para a cidadania planetária está começando através de numerosas experiências que, embora muitas delas sejam locais, elas nos apontam para uma educação para nos sentir membros para além da Terra, para viver uma cidadania cósmica. Os desafios são enormes tanto para os educadores quanto para os responsáveis pelos sistemas educacionais. Mas já existem certos sinais, na própria sociedade, que apontam para uma crescente busca não só por temas espiritualistas e de auto-ajuda, mas por um conhecimento científico mais profundo do universo.
Educar para a cidadania planetária implica muito mais do que uma filosofia educacional, do que o enunciado de seus princípios. A educação para a cidadania planetária implica uma revisão dos nossos currículos, uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço de inserção do indivíduo não numa comunidade local, mas numa comunidade que é local e global ao mesmo tempo. Educar, então, não seria como dizia Émile Durheim, a transmissão da cultura "de uma geração para outra", mas a grande viagem de cada indivíduo no seu universo interior e no universo que o cerca.
O tipo de globalização de hoje está muito mais ligada ao fenômeno da mundialização do mercado, que é um tipo de mundialização. E mesmo esta mundialização, fundada no mercado, pode ser vista como uma globalização cooperativa ou como uma globalização competitiva sem solidariedade. Entre o estatismo absolutista e a mão invisível do mercado, pode existir (e existe) uma nova economia de mercado (há mercados e mercados!) onde predomina a cooperação e a solidariedade e não a competitividade selvagem, uma economia solidária, a verdadeira economia da sustentabilidade. Por tudo isso, precisamos construir uma "outra globalização" (Milton Santos, Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo, Record, 2000), uma globalização fundada no princípio da solidariedade.
A globalização em si não é problemática, pois representa um processo de avanço sem precedentes na história da humanidade. O que é problemático é a globalização competitiva onde os interesses do mercado se sobrepõem aos interesses humanos, onde os interesses dos povos se subordinam aos interesses corporativos das grandes empresas transnacionais. Assim, podemos distinguir uma globalização competitiva de uma possível globalização cooperativa e solidária que, em outros momentos, chamamos de processo de "planetarização". A primeira está subordinada apenas às leis do mercado e a segunda subordina-se aos valores éticos e à espiritualidade humana. Para essa segunda globalização é que a Carta da Terra, como um código de ética universal, deveria dar uma contribuição importante, não apenas através da proclamação que os Estados podem fazer, mas, sobretudo, pelo impacto que seus princípios poderão ter na vida cotidiana do cidadão planetário.
3 – Movimento pela ecopedagogia
Essa travessia de milênio caracteriza-se por um enorme avanço tecnológico e também por uma enorme imaturidade política: enquanto a Internet nos coloca no centro da Era da Informação, o governo do humano continua muito pobre, gerando misérias e deterioração. Podemos destruir toda a vida do planeta. 500 empresas transnacionais controla 25% da atividade econômica mundial e 80% das inovações tecnológicas. A globalização econômica capitalista enfraqueceu os Estados Nacionais impondo limites para a sua autonomia, subordinando-os à lógica econômica das transnacionais. Gigantescas dívidas externas governam países e impedem a implantação de políticas sociais eqüalizadoras. As empresas transnacionais trabalham para 10% da população mundial que se situa nos países mais ricos, gerando uma tremenda exclusão. Esse é o cenário da travessia, um cenário ainda mais problemático pela falta de alternativas.
Os paradigmas clássicos estão esgotando suas possibilidades de responder adequadamente a esse novo contexto. Não conseguem explicar essa travessia, muito menos, passar por ela. Há uma crise de inteligibilidade diante da qual muitos falsos profetas e charlatães oferecem soluções mágicas. Uma nova espiritualidade surge muito bem aproveitada pelas mercoreligiões. A resposta dada pelo estatismo burocrático e autoritário é tão ineficiente quanto o neoliberalismo do deus mercado. O neoliberalismo propõe mais poder para as transnacionais e os estatistas propõem mais poder para o Estado, reforçando as suas estruturas. No meio de tudo isso está o cidadão comum que não é, nem empresário, nem Estado. A resposta parece estar além deste dois modelos clássicos, mas certamente não numa suposta "terceira via" que deseja apenas dar sobrevida ao capitalismo sofisticando a dominação política, a exploração econômica e provocando enorme exclusão social. A resposta parece vir hoje do fortalecimento do controle cidadão frente ao Estado e ao Mercado, a Sociedade Civil fortalecendo sua capacidade de governar-se e controlar o desenvolvimento. Aqui entra o papel importante da educação, da formação para a cidadania ativa.
Podemos dizer que há uma comunidade sustentável que vive em harmonia com o seu meio ambiente, não causando danos a outras comunidades, nem para a comunidade de hoje, e nem para a de amanhã. E isso não pode constituir-se apenas num compromisso ecológico, mas ético-político, alimentado por uma pedagogia, isto é, por uma ciência da educação e uma prática social definida. Nesse sentido, a ecopedagogia, inserida nesse movimento sócio-histórico, formando cidadãos capazes de escolherem os indicadores de qualidade do seu futuro, se constitui numa pedagogia inteiramente nova e intensamente democrática.
O Movimento pela Ecopedagogia ganhou impulso sobretudo a partir do Primeiro Encontro Internacional da Carta da Terra na Perspectiva da Educação, organizado pelo Instituto Paulo, com o apoio do Conselho da Terra e da UNESCO, de 23 a 26 de agosto de 1999, em São Paulo e do I Fórum Internacional sobre Ecopedagogia, realizado na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal, de 24 a 26 de março de 2000. Desses encontros surgiram os princípios orientadores desse movimento contidos numa "Carta da Ecopedagogia". Eis alguns deles:
1.         O planeta como uma única comunidade.
2.         A Terra como mãe, organismo vivo e em evolução.
3.         Uma nova consciência que sabe o que é sustentável, apropriado, o faz sentido para a nossa existência.
4.         A ternura para com essa casa. Nosso endereço é a Terra.
5.         A justiça sócio-cósmica: a Terra é um grande pobre, o maior de todos os pobres.
6.         Uma pedagogia biófila (que promove a vida): envolver-se, comunicar-se, compartilhar, problematizar, relacionar-se entusiasmar-se.
7.         Uma concepção do conhecimento que admite só ser integral quando compartilhado.
8.         O caminhar com sentido (vida cotidiana).
9.         Uma racionalidade intuitiva e comunicativa: afetiva, não instrumental.
10.      Novas atitudes: reeducar o olhar, o coração.
11.      Cultura da sustentabilidade: ecoformação. Ampliar nosso ponto de vista.
As pedagogias clássicas eram antropocêntricas. A ecopedagogia parte de uma consciência planetária (gêneros, espécies, reinos, educação formal, informal e não-formal...). Ampliamos o nosso ponto de vista. Do homem para o planeta, acima de gêneros, espécies e reinos. De uma visão antropocêntrica para uma consciência planetária, para uma prática de cidadania planetária e para uma nova referência ética e social: a civilização planetária.
Não se pode dizer que a ecopedagogia representa já uma tendência concreta e notável na prática da educação contemporânea. Se ela já tivesse suas categorias definidas e elaboradas, ela estaria totalmente equivocada, pois uma perspectiva pedagógica não pode nascer de um discurso elaborado por especialistas. Ao contrário, o discurso pedagógico elaborado é que nasce de uma prática concreta, testada e comprovada. A ecopedagogia está ainda em formação e formulação como teoria da educação. Ela se está se manifestando em muitas práticas educativas que o "Movimento pela ecopedagogia", liderado pelo Instituto Paulo Freire, tenta congregar.
O Movimento pela Ecopedagogia, surgido no seio da iniciativa da Carta da Terra. Ele está dando apoio ao processo de discussão da Carta da Terra, indicando justamente uma metodologia apropriada que não seja a metodologia da simples "proclamação" governamental, de uma declaração formal, mas a tradução de um processo vivido e da participação crítica da "demanda", como diz Francisco Gutiérrez.
A Carta da Terra deve ser entendida sobretudo como um movimento ético global para se chegar a um código de ética planetário, sustentando um núcleo de princípios e valores que fazem frente à injustiça social e à falta de eqüidade reinante no planeta. Cinco pilares sustentam esse núcleo: a) direitos humanos; b) democracia e participação; c) eqüidade; d) proteção da minoria; e) resolução pacífica dos conflitos. Esses pilares são cimentados por uma visão de mundo solidária e respeitosa da diferença (consciência planetária).
O intercâmbio planetário que ocorre hoje em função da expansão das oportunidades de acesso à comunicação, notadamente através da Internet, deverá facilitar o diálogo inter e transcultural e o desenvolvimento desta nova ética planetária. A campanha da Carta da Terra agrega um novo valor e oferece um novo impulso a esse movimento pela ética na política, na economia, na educação etc. Ela se tornará realmente forte e, talvez, decisiva, no momento em que representar um projeto de futuro um contraprojeto global e local ao projeto político-pedagógico, social e econômico neoliberal, que não só é intrinsecamente insustentável, como também essencialmente injusto e desumano.
4 – A ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra
Precisamos de uma "Pedagogia da Terra", uma pedagogia apropriada para esse momento de reconstrução paradigmática, apropriada à cultura da sustentabilidade e da paz, por isso, apropriada ao processo da Carta Terra. Ela vem se constituindo gradativamente, beneficiando-se de muitas reflexões que ocorreram nas últimas décadas, principalmente no interior do movimento ecológico. Ela se fundamenta num paradigma filosófico (Paulo Freire, Leonardo Boff, Sebastião Salgado, Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos) emergente na educação que propõe um conjunto de saberes/valores interdependentes. Entre eles podemos destacar:
1º) Educar para pensar globalmente. Na era da informação, diante da velocidade com que o conhecimento é produzido e envelhece, não adianta acumular informações. É preciso saber pensar. E pensar a realidade. Não pensar pensamentos já pensados. Daí a necessidade de recolocarmos o tema do conhecimento, do saber aprender, do saber conhecer, das metodologias, da organização do trabalho na escola.
2º) Educar os sentimentos. O ser humano é o único ser vivente que se pergunta sobre o sentido de sua vida. Educar para sentir e ter sentido, para cuidar e cuidar-se, para viver com sentido em cada instante da nossa vida. Somos humanos porque sentimos e não apenas porque pensamos. Somos parte de um todo em construção.
3º) Ensinar a identidade terrena como condição humana essencial. Nosso destino comum no planeta, compartilhar com todos, sua vida no planeta. Nossa identidade é ao mesmo tempo individual e cósmica. Educar para conquistar um vínculo amoroso com a Terra, não para explorá-la, mas para amá-la.
4º) Formar para a consciência planetária. Compreender que somos interdependentes. A Terra é uma só nação e nós, os terráqueos, os seus cidadãos. Não precisaríamos de passaportes. Em nenhum lugar na Terra deveríamos nos considerar estrangeiros. Separar primeiro de terceiro mundo, significa dividir o mundo para governá-lo a partir dos mais poderosos; essa é a divisão globalista entre globalizadores e globalizados, o contrário do processo de planetarização.
5º) Formar para a compreensão. Formar para a ética do gênero humano, não para a ética instrumental e utilitária do mercado. Educar para comunicar-se. Não comunicar para explorar, para tirar proveito do outro, mas para compreendê-lo melhor. A Pedagogia da Terra funda-se nesse novo paradigma ético e numa nova inteligência do mundo. Inteligente não é aquele que sabe resolver problemas (inteligência instrumental), mas aquele que tem um projeto de vida solidário. Porque a solidariedade não é hoje apenas um valor. É condição de sobrevivência de todos.
6º) Educar para a simplicidade e para a quietude. Nossas vidas precisam ser guiadas por novos valores: simplicidade, austeridade, quietude, paz, saber escutar, saber viver juntos, compartir, descobrir e fazer juntos. Precisamos escolher entre um mundo mais responsável frente à cultura dominante que é uma cultura de guerra, de competitividade sem solidariedade, e passar de uma responsabilidade diluída à uma ação concreta, praticando a sustentabilidade na vida diária, na família, no trabalho, na escola, na rua. A simplicidade não se confunde com a simploriedade e a quietude não se confunde com a cultura do silêncio. A simplicidade tem que ser voluntária como a mudança de nossos hábitos de consumo, reduzindo nossas demandas. A quietude é uma virtude, conquistada com a paz interior e não pelo silêncio imposto.
É claro, tudo isso supõe justiça e justiça supõe que todas e todos tenham acesso à qualidade de vida. Seria cínico falar de redução de demandas de consumo, atacar o consumismo, falar de consumismo aos que ainda não tiveram acesso ao consumo básico. Não existe paz sem justiça.
Diante do possível extermínio do planeta, surgem alternativas numa cultura da paz e uma cultura da sustentabilidade. Sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia, a economia e a ecologia. Sustentabilidade tem a ver com a relação que mantemos conosco mesmos, com os outros e com a natureza. A pedagogia deveria começar por ensinar sobretudo a ler o mundo, como nos diz Paulo Freire, o mundo que é o próprio universo, por que é ele nosso primeiro educador. Essa primeira educação é uma educação emocional que nos coloca diante do mistério do universo, na intimidade com ele, produzindo a emoção de nos sentirmos parte desse sagrado ser vivo e em evolução permanente.
Não entendemos o universo como partes ou entidades separadas, mas como um todo sagrado, misterioso, que nos desafia a cada momento de nossas vidas, em evolução, em expansão, em interação. Razão, emoção e intuição são partes desse processo, onde o próprio observador está implicado. O Paradigma-Terra é um paradigma civilizatório. E como a cultura da sustentabilidade oferece uma nova percepção da Terra, considerando-a como uma única comunidade de humanos, ela se torna básica para uma cultura de paz.
O universo não está lá fora. Está dentro de nós. Está muito próximo de nós. Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o mundo natural. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de vida. A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao construí-lo e ao cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte de tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a vida, a morte, a sobrevivência, os valores da paciência, da perseverança, da criatividade, da adaptação, da transformação, da renovação... Todas as nossas escolas podem transformar-se em jardins e professores-alunos, educadores-educandos, em jardineiros. O jardim nos ensina ideais democráticos: conexão, escolha, responsabilidade, decisão, iniciativa, igualdade, biodiversidade, cores, classes, etnicidade, e gênero.
"Carta" significa "mapa", um mapa para nos guiar nessa travessia conturbada. A Carta da Terra, nesse sentido, precisa ser considerada como um código de ética planetária a nos guiar hoje para um mundo onde predominem os valores da solidariedade e da sustentabilidade, um projeto, um movimento, um processo, que pode transformar o risco de extermínio em oportunidade histórica, transformar o temor em esperança. Adotar e promover a prática de seus valores, não pode ser apenas o compromisso de Estados e Nações, mas de cada ser humano, individual, pessoal, como sujeito da história, como vem promovendo o Manifesto 2000 da UNESCO. Precisamos de uma cultura de paz com justiça social para enfrentar a barbárie. Se aceitamos a barbárie, acostumamo-nos a um cotidiano de violência e de insustentabilidade.
No nosso livro Pedagogia da Terra defendemos a necessidade de uma Carta da Terra associada a um processo de paz, a uma cultura de paz. E, como a Carta da Terra é um documento ético, precisa da educação para tornar-se cada vez mais conhecido. Mas precisamos não só de mudança na consciência das pessoas. Precisamos de mudanças estruturais no campo econômico, como as propostas pela Agenda 21. A Carta da Terra precisa estar associada também à Agenda 21 e ter um grande suporte na sociedade civil. Os governos podem assinar tratados, podem adotar a Carta da Terra, mas não cumprirão suas promessas se a sociedade civil não estiver vigilante e não pressionar os governantes para que eles cumpram o que assumem. O que foi socialmente construído pode ser socialmente transformado. Um outro mundo é possível. Uma outra globalização é possível. Precisamos chegar lá juntos e, sobretudo, em tempo.

MULHERES SANTAS & SANTAS MULHERES Palestrante Pr. Claudio Marcio


I Coríntios 14: 34-36; I Timóteo 2: 9-12; I Coríntios 14: 37,38.
            Geralmente líderes eclesiásticos evitam esses textos. Entretanto, não fui chamado ao ministério para evitar a Bíblia, creio que a mulher santa deve falar, ensinar, pregar, orar em voz alta, gritar, assumir posições de responsabilidade como qualquer homem o pode fazer. Não sou herege, ou tão pouco estou contra o ensinamento/orientação do Apóstolo Paulo, entendo à luz do contexto histórico, cultural, geográfico e lingüístico que devo interpretar e me submeter aos ensinamentos bíblicos mediante acurada meditação e interpretação, pois conforme já sabemos: “Texto sem contexto, só serve de pretexto para heresia!”. Então como poderemos responder as perguntas que nos incomodam, porém que a maioria não esclarece, não debate ou tão pouco discute? Respondo: Estudando a Bíblia juntos, sem medos, rodeios, guiados pelo Espírito Santo, orientados pela liderança de sua igreja, sem preconceitos, e, acima de tudo focados no amor a Deus e a nossos irmãos.       

Eis as perguntas que juntos responderemos:
1.    O HOMEM É A CABEÇA DA MULHER?
2.    AS ESPOSAS DEVEM OBEDECER SEMPRE A SEUS MARIDOS?
3.    AS MULHERES DEVEM FICAR EM SILÊNCIO NA IGREJA?
4.    AS MULHERES DEVEM COBRIR A CABEÇA NA IGREJA?
5.    QUAIS AS ROUPAS ADEQUADAS PARA A MULHER CRISTÃ USAR?

Existem muitos outros assuntos que poderíamos estar abordando, mas neste estudo procurarei enfatizar os tópicos supracitados.
Comecemos o nosso estudo:

1. O HOMEM É A CABEÇA DA MULHER?
Responda: Sim ou Não? I Coríntios 14:3; Efésios 5:22. Nem todo homem é cabeça de toda mulher. O esposo deve ser cabeça apenas de sua esposa. O esposo não está acima de sua esposa, ele não pode determinar sua salvação. Cada marido deve cuidar de sua esposa, em relação às suas vestes, cabelos, alimentação, e particularidades.
A relação de Cristo com as mulheres é tão igual e direta quanto o é com os homens! Aleluia! A mulher faz parte do mesmo corpo de Cristo, da mesma maneira que o homem. E Cristo é a cabeça da mulher, assim como é do homem. Entendamos os versículos em questão da seguinte forma: Para que haja organização em um lar é preciso uma hierarquia, o marido é o cabeça da casa. Nenhuma mulher inteligente deveria pensar em casar com um homem que em sua avaliação não seja digno de ocupar esse lugar. O marido não deve querer dominar sua mulher e tão pouco a mulher resistir à liderança de seu marido. Ao marido cabe a maior responsabilidade ele deve ter a maior autoridade.
O que aprendemos com estes versículos é o Princípio da UNIDADE CONJUGAL, ou seja, cada um assume sua posição no matrimônio, a fim de que ambos possam ser abençoados igualmente por Deus!

2. AS ESPOSAS DEVEM OBEDECER SEMPRE A SEUS MARIDOS?
É difícil falar sobre obediência numa cultura rebelde como a nossa, dentro desse desenvolvimento da igualdade dos sexos, levantar essa bandeira é querer ser linchado em praça pública, mas cuido estar falando aos vitoriosos e vitoriosas em Cristo Jesus e NELE sinto a liberdade em falar-vos! Serei bem objetivo neste tópico, houve momentos na narrativa bíblica, quando a Palavra da mulher se tornou mais sábia, verdadeira e necessária do que a de um homem, o Apóstolo Paulo, devido à força da cultura de sua época e também pela Região onde se situava, se viu na obrigação de determinar esse tipo de comportamento para as mulheres a fim de salvaguardá-las.
            Me respondam: Se o marido disser para a mulher beber, fumar, se prostituir e tantas coisas erradas mais fazer, ela, sendo seguidora de Cristo, deve obedecê-lo?
            Não é racional argumentar que a esposa em tudo deve obedecer sempre a seu marido. Alguns maridos são tão brutos que em alguns casos não devem ser obedecidos. Você mataria seu filho, se seu esposo mandasse? Sara mataria Isaque se Abraão mandasse?

NENHUM MARIDO PODE OU DEVE DAR UMA ORDEM CONTRÁRIA A QUALQUER MANDAMENTO DO SENHOR! I Coríntios 7:15.
I Pedro 3:1-7 – Submissão em Amor e Liderança em Amor.

3. AS MULHERES DEVEM FICAR EM SILÊNCIO NA IGREJA?
            I Coríntios 14: 34 as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja. O Texto diz respeito a todas as mulheres ou somente às mulheres casadas? Parafraseando os versículos, assim leiamos: “Que as esposas fiquem em silêncio nas assembléias, pois não é conveniente que elas falem publicamente tomando à frente de seus maridos, sejam submissas conforme diz a lei. E se realmente têm interesse em aprender, perguntem em casa aos seus maridos.”.
I Timóteo 2:11-15. A mulher não deve dominar seu marido, nem usurpar sua autoridade.
            Procure em sua Bíblia:  Mulheres Orando: Atos 1:13, 14; Mulheres Sendo Batizadas no Espírito Santo: Atos 10:44-46; Mulheres Profetizando: Lucas 1:39-42; Lucas 2:36-38; Mulheres Ensinando: Atos 18:26; Mulheres Diaconisas: Rom. 16:1, 2; Mulheres no Ministério: Rom. 16:12.     Como impedir Santas Mulheres de exercerem o Ministério da Palavra, do Ensino, do Louvor, da Cura e da Libertação, se elas, hoje mais do que nunca, têm sido a sustentação de nossos ministérios eclesiásticos?

4. AS MULHERES DEVEM COBRIR A CABEÇA NA IGREJA?
I Coríntios 11:3-16. A desonra diz respeito ao marido e não a Deus, por uma questão de respeito e submissão ao marido. Assim usando o véu, a mulher demonstrava publicamente que entendia e aceitava sua posição de subordinação ao seu esposo, assumida na cerimônia do matrimônio. Por uma questão de costumes deve-se haver o respeito: Respeito pelo Costume Social e Respeito pelo Costume Regional. O texto apresentado tem um forte apelo social, cultura e temporal, portanto, submetamo-nos à Palavra de Deus observando o contexto Histórico-Cultural-Lingüístico-Geográfico. Amém!

5. QUAIS AS ROUPAS ADEQUADAS PARA A MULHER CRISTÃ USAR?
            I Timóteo 2:9,10. I Pedro 3:1-5. O Senhor Jesus exerce o senhorio sobre nós e nossa vestimenta. Hoje temos de enfrentar o poder do modismo do século passado e do presente século. O mundo da moda dita qual roupa, qual bijuteria, qual jóia, adereço, ornamento, maquiagem, pintura deve ser usada. Não entendo esse texto como sendo inflexível ou contra a vaidade feminina, entendo a preocupação de um homem de Deus que não era profundo conhecedor da moda feminina, entretanto, não proibiu as mulheres de freqüentarem o salão de beleza de Deus! Aleluia!
            Vamos entender da seguinte forma amados irmãos: uma coisa é uma mulher ficar bonita prá si e para seu marido (a mulher casada), outra coisa é se fazer uma pintura e vestimenta de “guerra”, ou seja, extravagante, que não realça apenas sua beleza, mas sim sua sensualidade. Podemos entender com esse texto é que o Apóstolo Paulo sabia da vaidade feminina, respeitava e alertava: “Não falo que deixem de ir ao salão de beleza, digo, no entanto, que jamais se esqueçam das consagrações!” (Parafraseando o versículo).      

A MULHER NÃO PODE USAR CALÇA COMPRIDA?
            Não é verdade. Deuteronômio 22:5. O Texto alerta para que mulheres não se masculinizem e vice-versa. Uma mulher deve ser feminina, esteja de calças ou de vestido. Se alguém está congregando em uma igreja que tem um ponto de vista contrário ao que estou apresentando aqui, respeite esse ponto de vista, pois do contrário estará escandalizando o grupo, se não conseguir mudar seu ponto de vista, ore e considere a possibilidade de mudar de grupo.
            Calças compridas femininas não são roupas de homem. Nos dias bíblicos, os homens usavam saias, e as mulheres usavam calças! Alguns têm recebido um ensino muito forte contra o uso de calças compridas pelas mulheres. Vista o que a sociedade onde vive permite, mas não tente forçar seu ponto de vista sobre outras pessoas. Você pode compartilhar suas convicções, mas não exigir que alguém obedeça.
            “Creio que podemos dizer e provar que não existe absolutamente nenhuma distinção bíblica, na direção da adoração ou alguma outra atividade relacionada, baseada no sexo. Para Deus, não existe masculino e feminino, apenas pessoas... A distinção que Deus faz não é baseada no sexo, mas sim no status matrimonial.” Mulheres Santas e Santas Mulheres é disso que o mundo está carecendo. Amém!

Bibliografia
A Questão Feminina - Kenneth E. Hagin
Graça Editorial
01/08/2007

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