sexta-feira, 26 de maio de 2017

AS 10 PRÁTICAS DO EGITO QUE PROVOCARAM A IRA DE YAHWEH (3ª Parte)

Êxodo Capítulos: 7 a 12

Pr. Claudio Marcio
            Antes de mencionar a primeira prática que os egípcios faziam e provocava a ira de Deus, que teve como consequência a primeira praga (Êx. 7:14-17), é importante entender o método de Deus “milagres e maravilhas” em confrontação com o método egípcio “magia, encantamento/ilusionismo e feitiçaria”, isto mesmo, enquanto Moisés dependia de Deus os egípcios dependiam do adversário de nossas almas, com seu ocultismo, ou seja, a força humana que hoje conhecemos como poder da alma (Vide: O Poder Latente da Alma - Watchman Nee) e de hostes espirituais da maldade (Efésios 6:12). Creio que escrevo a pessoas que são lavadas e remidas pelo sangue do cordeiro, sendo assim, peço que estejam em oração, pois a ideologia desse mundo reprova a Bíblia Sagrada, suas doutrinas e informações. Portanto, não me aterei em explicações pormenorizadas, mas continuaremos no entendimento da prática que redundou na primeira praga.
            Cremos que o criador de todas as coisas é Deus, sendo assim ele é o único digno de louvor e adoração. O Egito tinha na pessoa de Faraó uma divindade humana, que representava as demais divindades e com elas se relacionava, exercendo poder divino-humano, estando o Egito situado geograficamente em uma região árida, o rio Nilo era o seu “porto seguro” para manutenção da vida dos homens e animais, também proporcionava aos egípcios uma certa hegemonia, tendo em vista sua rica fonte de água. Entretanto, eles não encaravam o Nilo apenas como um rio, pois o Egito era considerado uma dádiva do Nilo, ou seja, a existência e soberania desse império era atribuída a esse rio. Sendo assim, o Nilo era considerado um deus que proporcionava vida, soberania e força aos egípcios. Quando o mesmo ser transforma em sangue pelo método (ação) de Deus, os egípcios constatam que ele não tinha tanto poder assim, pois ao invés de vida passa a fornecer a morte, pois Deus o toca e o transforma, mudando sua estrutura, mexendo com a teologia egípcia que reverenciava a um deus-água que não tinha poder de se proteger contra o verdadeiro Deus dos Hebreus. Para não ficar “por baixo” e desmerecer o feito do Deus de Arão e Moisés, os magos replicam o feito: também transformam água em sangue. Ressaltando que o método é diferente, porém o resultado visual é o mesmo. Sendo assim, o coração de Faraó se endurece, não reconhecendo o poder e majestade do Soberano criador do Universo. A primeira prática era a divinização do rio Nilo, confiando sua vida e reconhecendo nele a fonte de seu poder, mas isto foi tocado pela primeira praga. Deus estava apenas começando...
SEGUNDA PRÁTICA (Êxodo 7:25-8:15): A rã assim como o rio Nilo era objeto de adoração dos egípcios. Hecate, a deusa da ressurreição, da fertilidade e do parto, tinha cabeça de rã. Ou seja, a deusa que era reverenciada pela capacidade de fertilizar, gerar vida e reavivar os mortos, tornou-se, em sua multiplicidade por todas as casas do Egito, milhares de rãs tornaram-se insuportáveis. Sendo assim, aquilo que fazia com que os egípcios venerassem como um deus e prestassem a essa figura algum tipo de adoração, tornou-se numa praga, que foi reproduzida pelos magos egípcios, entretanto, eles não conseguiram fazer com que as mesmas sumissem. Coube a Faraó o reconhecimento do poder de Deus e a necessidade de sua intervenção. O Faraó-deus, que cria no deus-rã não conseguiu o apoio desse deus para abençoar sua vida, mas ao contrário a forma material desse ser trouxe grandes inconvenientes.
            Vemos nessa prática idólatra, o ser humano depositando em um animal sua confiança sobre algo tão específico e próprio de Deus: Gerar Vida. Deus é a única fonte de toda a existência, não reconhecer seu poder e creditar a um animal irracional tal valor e confiança é uma afronta ao Criador dos Céus, da Terra, de todos os animais, plantas e seres humanos. Como já mencionado essa prática além de ser utilizada pelos egípcios, era perpassada aos demais povos, por intermédio de sua cultura e hegemonia política e religiosa.
Yahweh, o verdadeiro autor da vida (Zoé = Vida originada por Deus para todo o ser vivo e, consequentemente vida eterna), não divide sua Glória e Soberania com ninguém, confronta Hecate, demonstrando sua incapacidade de beneficiar seus seguidores, e poderosamente, assim como fez as rãs surgirem faz as mesmas desaparecerem, isto após a obstinação de Faraó ter fraquejado, e ele ter admitido que se submetia à vontade do Deus hebreu, pois sua superioridade era incontestável nessa questão específica das rãs, falando a Arão e a Moisés que estaria contente em cumprir a ordem do Senhor de Israel.
A segunda prática que provocou a ira de Deus foi a adoração a um animal (Hecate), que supostamente gerava a vida. Mais um deus egípcio caiu por terra diante do verdadeiro Deus de Israel, sendo humilhado e desmentido. O Yahweh de Israel estava ensinando e se revelando aos egípcios e ao seu povo, por intermédio da praga das rãs, sua vinda e sua morte foram por sua determinação. Porém, havia mais coisas que ele precisava fazer, para que não houvesse dúvidas de quem Ele é e sempre será: Aquele que tem o controle sobre todas as coisas.
TERCEIRA PRÁTICA (Êxodo. 8:16-19): Acredito eu que, até aqui (essa leitura), já ficou clara a preocupação que se tem com esse opúsculo, em associarmos as 10 pragas lançadas sobre o povo egípcio às suas práticas humanas idólatras, apesar de já haver mencionado tal coisa, sempre é bom frisarmos o que de fato se propõe nessa pequena obra textual. Sendo assim, não focamos propriamente as pragas, mas sim o que as gerou. Diante disto deixemos claro que essa prática diz respeito à cultura, religiosidade e teologia egípcia (já mencionados anteriormente) que colidem com a teocracia de Yahweh, ou seja, um povo poderoso, culturalmente considerando-se superior aos demais povos (eis o etnocentrismo já naquela época: 1491 a.C.), tendo uma teologia própria em relação às suas divindades, econômica e politicamente próspero, atribui seu sucesso e hegemonia diante das outras nações, às suas práticas, sendo assim, pretende (O Egito) submeter os demais povos sob seu domínio às mesmas práticas errôneas e anti-Deus, replicando-as em seu modo de vida, o que seria contaminador e iníquo aos olhos de nosso Deus.
Seth é considerado pelos egípcios, entre outras atribuições (deus da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes), como o deus do deserto, tinha poder sobre o deserto e, consequentemente sobre o pó desse deserto. Exercendo assim sua força sobre um elemento e lugar: terra e deserto. Não sei se o caro leitor já ouviu falar sobre a mandala e os 4 elementos (assunto que poderá ser tratado em outra oportunidade), porém o que pretendemos enfocar é a veneração e reconhecimento a um ser divino aos olhos dos egípcios que exercia poder sobre o elemento terra. Ao ferir o pó da terra, sob o comando de Moisés que havia sido orientado por Deus, Arão está ferindo não só a terra em si, mas a teologia egípcia que aceitava seth, até então, como um deus bom e amigável. Esse deus não teve poder para impedir que o Deus de Israel transformasse o pó em piolhos, tão pouco pode impedir que esses piolhos atacassem seus sacerdotes e demais adoradores. Os magos bem que tentaram reproduzir, da mesma forma, o que Arão e Moisés em obediência a Deus haviam feito, entretanto, a partir dessa praga, eles não conseguiram replicar/reproduzir mais nada, reconhecendo: “isto é o dedo de Deus” (Yahweh). Diante de tal reconhecimento de suas maiores autoridades no assunto relacionado às divindades, o imperador egípcio não se dá por vencido ou convencido, mas endurece sua forma de pensar (o coração), apesar de ver, sentir, e constatar piolhos nos homens e animais, ele se volta contra Deus. Ou seja, Faraó sabe que alguém tem o poder para livrá-lo de seu grande problema, mas não aceita submeter-se a esse grandioso e único Deus, isto iria custar muito caro a ele e ao povo egípcio, pois não há homem que possa confrontar o poder de Deus e sair impune.
QUARTA PRÁTICA (Êx. 8:20-32): Apesar de entendermos, por inferência textual, que o povo hebreu não estava sujeito às pragas lançadas sobre os egípcios, especificamente em relação à essa praga, existe algo de contundente, pois é dito a Faraó que o enxame de moscas iria sobre ele, seus oficiais, o povo egípcio comum, nas casas que pertenciam a Faraó, nas casas de todos os egípcios e sobre toda a terra que os mesmos estivessem habitando, entretanto, é feita uma menção sobre a separação da terra de Gósen, em que o povo de Deus, os hebreus, habitavam, de que não haveria sobre ela o enxame das moscas, demonstrando assim, a supremacia de Yahweh, o seu zelo para com os seus escolhidos e sua ira em relação aos egípcios.
            A palavra enxame, nesse contexto, no hebraico pode significar mistura, ou seja, podemos entender como uma ‘mistura de variados insetos’, quando lemos “enxame de moscas”. Em confrontação a Belzebu, o deus das moscas, ou seja, o deus que tinha o controle sobre as moscas, que era venerado pelos egípcios, não pode fazer nada, pois o Deus de Israel é o verdadeiro criador e senhor de todos os seres vivos, animais irracionais, racionais, insetos, plantas, etc. Cheios de insetos, não podiam manter-se limpos e o agravante está na destruição da terra pela ação direta dessas moscas, impossibilitando um bom plantio.
            Faraó sede, mas como todo soberbo e, não reconhecendo com quem está lidando, quer impor limites. Infelizmente é mais uma de suas estratégias humanísticas, a fim de ganhar tempo para si, achando que poderia fazer algo para deter as ações do Senhor de Israel. Ledo engano Deus tem munição de sobra para confrontar os soberbos.
            QUINTA PRÁTICA (Êxodo 9:1-7): Apesar de Deus se revelar ao homem, é impressionante como somos incapazes de compreender a dimensão de seu poder e sabedoria. Faraó tentara negociar com Deus; enganá-lo é impossível, pois Yahweh conhece interiormente os pensamentos do ser ao qual criou. Ele (Faraó) dissera que deixaria o povo ir para adorar Deus no deserto se a praga das moscas cessasse, entretanto, seu coração orgulhoso se endureça e, como o Senhor bem sabia, não deixou que o povo fosse cultuar. Diante de tal ação, o Altíssimo mantém o seu discurso: deixa o meu povo ir. É interessante como Deus tão poderoso, se mantém respeitoso diante de um ser que é sua criação, poderia ter devastado o Egito de uma única vez, porém seu amor e bondade, sua capacidade de ser generoso condiz com sua infinita sabedoria, pois além de exercer sua soberania em relação a Faraó e seus deuses, Deus estava ensinando a seu povo e às demais gerações como age diante de tiranos que não o reconhecem como o Autor de todas as coisas. Essa praga vai de encontro aos animais, mas especificamente confrontando ao deus-carneiro: Amon, ao deus-touro: Ápis e ao deus-vaca: Hator, ou seja, consideremos o contexto temporal, nesse período histórico a força de trabalho além da mão de obra escrava era toda exercida pelos animais, que além de fornecerem carne para sua alimentação, também eram importantes para ararem a terra, conduzirem as pessoas, utilizados em combates, enfim, a força geradora de benefícios diversos foi afetada, é como se hoje tivéssemos uma pane na geração de energia elétrica e na produção de alimentos. Isto ocorreu em virtude dessa prática abominável aos olhos de Deus da adoração desses deuses.

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