quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Alguém Sofreu e Morreu em seu Lugar - Isaías 53

1 Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor?

É possível que em algum momento de sua vida (isto já aconteceu comigo), você fez a seguinte pergunta: Quem é que tem confiado no que eu digo? Às vezes a crise é tão grande, que até você titubeia diante das circunstâncias adversas, ou seja, nem você consegue dar crédito ao que diz.

Mas, o que é realmente intrigante é constatar que existem pessoas que não conseguem perceber a ação de Deus em suas próprias vidas. Isto infelizmente é uma realidade. Ao passarem por adversidades, essas pessoas ignoram a ação de Deus, pois associam o poder de Deus apenas ao sucesso, esquecendo-se que Deus caminha com seu povo pelo deserto e que também manifesta-se em meio à tempestade.

2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.

         Isto dito e escrito pelo Profeta Isaías é de certa forma reconfortante, porém somente quem perde tudo, ou quase tudo, sabe dar valor a esse versículo. Essa palavra renovo é tudo de bom, ela demonstra a capacidade da planta em se reinventar, assim como na mitologia grega, a ave Fênix ressurge das cinzas, a vida ressurge em meio a uma árvore seca. Alguns estão com a vida seca, com a alma seca, com as esperanças secas, sem nenhuma expectativa de futuro, enfim, as pessoas em sua volta meneiam a cabeça e constatam, seu lamentável estado de miserabilidade, desesperança e fracasso em todos os sentidos. Mas há algo que as pessoas não podem ver, e é isto que Isaías, inspirado pelo Soberano Espírito Santo escreve aqui: o desejo de fora, a casca, a aparência, é isso que as pessoas estão olhando. Porém é aquilo que elas não podem ver, que está implícito nesse texto – o âmago do ser, o mais profundo de nossa alma e espírito. É dali que Deus faz brotar à nova vida. Aleluia!

3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

         É fácil desprezar alguém que te fez algum mal. Mas em se tratando do personagem narrado por Isaías, qual foi o mal que ele fez? Bem, arrisco uma resposta direta: Ela não satisfez os desejos particulares das pessoas. Desejos superficiais e supérfluos. Esse personagem tinha experiência em sofrer, podemos dizer pelo texto que, ele era perito em sofrimentos, seu currículo de sofredor não causava inveja a ninguém, mas evidenciava sua capacidade e tenacidade diante da dor e do pesar. E, como nossa sociedade é marcada pelo que é aparente, quem quer ficar próximo a uma pessoa que está sofrendo? Quem tem consideração pela dor do outro? A resposta é pessoal, mas no geral, bem poucos estão dispostos a partilhar com a dor do próximo, em ser solidário e ter um olhar de agradabilidade para quem é desprezível.

4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

         Nisto não há o que negar: apesar de estar sofrendo, de ser desprezível aos olhos dos que passam em sua volta, esse personagem não carrega uma enfermidade que é sua, ou seja, sua dor, enfermidade e sofrimentos eram consequência de sua posição em levar o mal que pertencia aos que a ele olhavam com desprezo. Que ironia! Aqueles que deveriam ser gratos ao personagem, pois ele carrega suas dores e misérias, o consideram um aflito, ferido por Deus e até oprimido. Esse personagem é considerado uma amaldiçoado.

5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

         Esse é o apogeu da reflexão de Isaías. A constatação e o reconhecimento de que tudo que o personagem está sofrendo é consequência, não de seu erro, mas de seu posicionamento em trocar de lugar com os verdadeiros culpados. A consequência disso é o sofrimento do personagem e o alívio, paz e tranquilidade para os que foram beneficiados por ele.

         Você já viu um osso sendo esmagado? A dor é insuportável, no entanto, apesar desse personagem não ter tido um osso quebrado ou esmagado, a expressão utilizada é para retratar a dor insuportável que ele vivenciou por causa do erro dos outros.

6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.

         Isaías se preocupa em demonstrar o afastamento dele próprio e dos demais do caminho da obediência, assim como ovelhas se afastam do rebanho. Ou seja, os verdadeiros encrenqueiros, bagunceiros e arruaceiros, cometem a iniquidade, porém quem paga a conta é o personagem descrito por Isaías.

7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca.

         O que sofreu o personagem? Opressão e aflição. O que fez para se defender? Não abriu a sua boca? Por quê? Porque era um cordeiro. Ele foi predestinado a ser o que tinha que ser: uma ovelha para o sacrifício.

8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo?

         Opressão, juízo, ódio, vingança, maldade, perversidade tiraram esse personagem da terra dos viventes. Mas algo ele não tinha: Culpa. Nenhuma culpa se achou nele, sendo assim, foi feito culpado, pela culpa dos outros.

9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.

         Alguém que em vida não cometeu impiedade, teve sua sepultura com os ímpios, alguém que em vida não usufruiu de riquezas, teve uma sepultura cedida por um rico. O mundo é injusto, a vida é injusta.

10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.

         O que é impressionante, quase que inacreditável é esse versículo afirmar que “foi da vontade do Senhor esmagá-lo”, se não tivermos um olhar teológico e compreendermos a metáfora do texto, poderemos pensar: Deus é Sádico? Mas o que o autor nos propõe é o Beneplácito (Consentimento) de Deus em permitir todo esse sofrimento e não o Deliciar-se em ver e permitir tais arbitrariedades humanas. Mas tudo isso era necessário, a fim de permitir uma ação restauradora, perfeita e eterna: a Propiciação pelos verdadeiros culpados.

 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si.

         Tudo o que Deus faz tem um propósito. Eis o propósito descrito agora por Isaías. O fruto de todo o sofrimento passado pelo personagem é a justificação e transferência de iniquidades de muitos.

12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.

            O reconhecimento é uma realidade inquestionável nesse versículo apresentado por Isaías. Ao passar por todo o sofrimento, dor e injúrias, o personagem tem “moral” suficiente para receber os benefícios com louvor, pois deu sua vida para conquistar o direito à vida para milhares de pessoas e retomar à sua própria com honra eternal.

            Esse personagem, descrito por Isaías, é Jesus o Crucificado, ele pode, ele quer e ele deseja fazer isto por todos, mas ele não obriga ninguém a aceitá-lo. Mas quem nele crer será perdoado pelos seus pecados/iniquidades e terá direito à vida eterna.

sábado, 18 de agosto de 2012

Reflexões sobre o Amor e sobre o Amar


Amor Substantivo é diferentíssimo do amar verbo. O amor em si tem virtudes e qualidades, o amar tem, necessariamente, dedicações e dificuldades. Quem dera que o amor e o amar caminhassem e se entrosassem perfeitamente, mas como as retas paralelas o amor e o amar estão bem próximos sem nunca se encontrarem, porém um pode e consegue muitas vezes irradiar sua energia ao outro, permitindo que quem ame (verbo) exerça o amor (substantivo).
Alguém disse que o amor nunca acaba. Acredito nisso. O amor substantivo é infinito. Mas amar nasce, cresce e se não cuidar, morre dentro da gente, quando cuida morre com a gente. Amar necessita de feedback, um retorno que nem sempre precisa ser na mesma medida e intensidade, a exemplo de uma pequena chama de fósforo que é capaz de acender 6 bocas de um fogão, uma pequena quantidade de amar pode acender uma chama imensa e intensa dentro de nós.
Obras sem fé é vã e fé sem obras é ineficaz. Amar sem compartilhar, sem nada fazer por algo por quem sem ama, é sem sentido. O amor é sublime, absoluto e lindo de se falar sobre ele. O amar, é simples, pode durar a vida toda ou pode ser por uma temporada, sua beleza depende do tratamento que é dado a essa relação...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Trair – Negar – Fugir - Seguir - Qual desses verbos identifica você com Jesus?


                                                                                   Pr. Claudio Marcio - Ministério Pacto Novo          
          A pergunta parece ingênua e ao mesmo tempo ofensiva, pois quem deseja ser identificado com Jesus e um verbo que demonstre uma relação negativa? Bem, não propus esse título por ingenuidade, mas sim por realidades circunstanciais que envolveram personagens bíblicos, e, que, ainda hoje nos envolve.
         Gostaria de fomentar uma reflexão sobre a relação com Jesus, que, em alguns momentos beira uma posição confortável e outros, uma posição desconfortável. Trair, negar, fugir e até seguir Jesus, o fato é que, todos, sem exceção, estão sujeitos a uma relação positiva ou negativa com Jesus. Qual tem sido nosso comportamento? Como temos direcionado nossas ações?
Falemos de Judas, ele traiu Jesus, ele foi infiel.  Jesus confiava em Judas, ele era o tesoureiro, membro ativo dos doze apóstolos, tinha intimidade com Jesus, o suficiente para comer próximo a ele, o que fez é de alta relevância, ou seja, não foi a traição de conhecido, mas de alguém que Jesus chamava de “AMIGO” (Mateus 26:50). Infelizmente, a traição, a infidelidade vem de quem jamais deveria vir: amigos (as), parentes, esposo (a), colegas de trabalho, enfim, de pessoas que são bem próximas. Isto significa que quem trai a Jesus, não é quem não o conhece, que não tem uma relação com ele, mas sim quem se diz cristão - capaz de fazer algo para magoá-lo, feri-lo e entristecê-lo. Infiel é alguém que está próximo de Jesus! 
Quando lemos a passagem em que Pedro negou a Jesus, nos causa indignação ou somos capazes de compreender que, assim como ele, nós também podemos negar a Jesus? Mateus 26:69-75. 
Quando você se nega a pregar o Evangelho, visitar os enfermos, presos, órfãos, viúvas, e atender aos necessitados em geral, você está negando a Jesus. Quem não consegue ter em si o amor de Deus, está negando a Jesus.
Jesus quando foi preso, seus discípulos fugiram, pois ninguém queria sofrer as consequências de assumir o discipulado e senhorio do Mestre. Quantas vezes evitamos pessoas problemáticas, tentamos evitar incomodar as pessoas com a Palavra de Deus? Abandonamos Jesus quando nos preocupamos mais com nosso bem estar físico, emocional, econômico, moral e social do que com a pessoa dele. Por que estamos sempre prontos a apoiar pessoas que, muitas vezes falham conosco, do que apoiar incondicionalmente Jesus que nunca falhou em nada? 
É possível seguir a Jesus de longe? É possível seguir a Jesus pelo Facebook? Pelo WhatsApp? Pelo telefone celular?
Nós tomamos o partido de Jesus ou o partido político que simpatizamos (estou enfatizando uma relação partidária nociva e não me colocando contra os partidos políticos)?          
Confiamos que Jesus é capaz de nos orientar ou nos deixamos levar pelos boatos?
Prosseguimos em nossa fé ou desistimos, quando algo demora ou dá errado? 
Seguimos a Jesus pelo resultado financeiro que é prometido a quem dá o dízimo e a oferta ou pelo fato de o amarmos incondicionalmente?
Parece então, o que foi apresentado acima, um beco sem saída? Não, ao contrário, o que procurei mostrar é que a Fé Verdadeira, está em meio as dificuldades tangíveis, mensuráveis, humanas e prováveis. Temos sentimentos, emoções, medos, receios, pavores, ambições e acima de tudo precisamos compreender que não somos imutáveis.
A fé genuína produz resultados benéficos e permanentes. A fé focada em Cristo
A fé focada na humanidade falha, porém pode ser restaurada pela misericórdia de nosso Deus.
Somos passíveis de traição, se não formos fiéis à Palavra de Deus. Negamos a Jesus ao não assumirmos nossa posição de servos, somos considerados fugitivos quando viramos às costas aos princípios do Reino dos Céus e nos preocupamos mais nosso bem-estar, nossa própria vida terrena do que com a eternidade com Deus.
Só existe uma forma de seguir a Jesus e receber a chancela de Deus: Próximos, íntimos, não tendo receio de ser identificado, considerado ultrapassado ou tradicional, fora de moda ou tão pouco um “fanático” (deixando de lado é claro, os exageros e bitolações), não tendo medo de sofrer por seguir ao Salvador de nossa alma.

Algumas sugestões:
  1. Siga a Jesus e negue-se – Isto é pessoal, seu jeito de seguir e sua forma de negar algumas coisas, que você considerar impedimento ao seu relacionamento com Deus.
  2. Perdoe a quem te traiu, não significa que você terá o mesmo relacionamento com essa pessoa, mas significa que você está disposto a recomeçar relacionamentos.
  3. Fuja da aparência do mal. Ao invés de fugir porque alguém está te perseguindo por fazer algo errado, fuja para fazer a coisa certa.
 Amados, somos filhos de Deus, ajamos como filhos, tenhamos uma postura de comprometimento com a causa. É possível haver milagres, maravilhas, se, e somente se, deixarmos Deus atuar por intermédio de nós, confiando na Salvação em Cristo Jesus e submetendo-se a Orientação do Espírito Santo. Amém.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

As Três Covas – Da Morte Certa para uma Vida de Sucesso com Deus


Pr. Claudio Marcio – Ministério Pacto Novo
Eu estava caminhando, ouvindo um hino, de repente o Espírito Santo me fez lembrar de três histórias bíblicas muito parecidas: José “do Egito” lançado numa cova por seus irmãos, Ananias Misael e Azarias (respectivamente: Sadraque, Mesaque e Abednego) lançados numa “cova” (na realidade uma fornalha de fogo ardente – segundo a Bíblia Sagrada) pelo Soberano maior da época – Nabudonosor – e, finalmente: Daniel, lançado numa cova para ser devorado por Leões. O que essas histórias têm em comum? A Cova da Morte, e uma vida de sucesso com Deus. Passei então a refletir sobre eles e sua semelhança e como isto pode revitalizar nosso relacionamento com Deus, em um mundo atual, onde constantemente escutamos testemunhos de lutas, decepções, frustrações, sucessos e quedas no meio do arraial dos Santos.
Então, iniciemos nossa reflexão, peço aos leitores que não se limitem a aceitar o que escrevo, mas amplie sua visão, conforme o Espírito Santo lhe conceder.
Introdução
O que é uma cova?
co-va
s. f.
Abertura no terreno, escavação profunda, caverna.
Abertura feita para plantar árvore, lançar semente etc.
Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
Bras. Elevação de terreno em que se planta a maniva da mandioca.f.
Abertura na terra. Escavação. Caverna. Cavidade. Depressão em qualquer superfície. Alveolo. Sepultura.
Loc.
(fam.) Cova do ladrão, depressão entre o pescoço e a nuca. Cf. Hist. Insulana, II, 34.Estar com os pés para a cova, estar em vésperas de morrer. (B. lat. copha).

s.f. Abertura no terreno, escavação profunda, caverna.
Abertura feita 
para plantar árvore, lançar semente etc.
Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
Bras. Elevação de terreno em que se planta a maniva da mandioca.

subst. f.
1. abertura na terra: fazer uma cova na areia
2. sepultura: pôr o caixão na cova

            Ainda fico feliz e impressionado com a Internet, essa facilidade que temos em buscar informações, mas, deixando meu impressionismo de lado, vamos a algo que quero salientar nessas três definições:
1.      Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
2.      Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
3.      Sepultura: pôr o caixão na cova.

Nas três definições existe algo relacionado a morte, sepultura, enterro, enfim, a cova que a Bíblia nos menciona teve esse viés: o de levar nossos personagens bíblicos a um destino de morte, porém, não foi isto o que aconteceu com eles, sendo assim, gostaria de ver nos textos da Palavra de Deus, o que de fato ocorreu, ou seja, quais características tinham aqueles homens para escaparem da derrota e morte certa?
Iniciemos então por José, antes dele ser conhecido como “José do Egito”:
Gênesis Capítulo 37:
José era um jovem sonhador de 17 anos (https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2010/12/19/jose-no-egito/), provavelmente seu “erro” era ser fiel ao seu pai e levar as informações das coisas erradas que seus irmãos faziam, acrescentando a isto a simplicidade com que falava de seus sonhos, clara demonstração de uma futura superioridade, que, naquele momento, para ele, não via como algo de mal, mas simplesmente sonhos que lhe vinham à noite, seu desejo de partilhá-lo com seus familiares, lhe deixavam em maus lençóis, até um dia em que, irados, com seu irmão “preferido” de seu pai, seus irmãos, mais velhos decidiram dar um fim à vida daquele, que lhes trazia infortúnio. A cova era então o melhor plano, traçado por eles, para esconder o cadáver, após matá-lo, entretanto, Rúbem interfere e “suaviza” a situação, evitando que o irmão fosse assassinado, diz para lançarem na cova e que lá morra, mas sua intenção era salvá-lo depois que as coisas acalmassem. Porém, da cova, José passou para a escravidão, e o irônico dessa escravidão é que, o bisneto de Abraão, foi ser escravo da descendência de seu tio avô Ismael, o filho da escrava Egipcia de Sara: Agar.
José, vendido aos Ismaelitas, começa uma fase em sua vida, diferente daquela que tinha junto ao seu pai, antes tratado como um príncipe, agora sendo tratado como um plebeu, escravo, sem direito algum, somente com obrigações e castigos. Isto lhe soa familiar? Um dia José estava muito bem, no outro dia, enganado e traído pelos do seu próprio sangue, ele está muito mal, ele está péssimo. Um adolescente, cuja vida estava apenas iniciando, vê todos os seus sonhos indo por água abaixo.
O que se passa na cabeça de alguém que é fiel a seu pai, sua mãe, sua família, sua nação, sua igreja, sua escola, seu trabalho, e, de repente, perde tudo isso? Seja sincero, o que você faria, se de repente, sendo um cristão fiel, um homem bom, um filho amado e obediente, de repente fosse traído pelos seus irmãos e vendido como um escravo?
Passemos ao segundo caso, Ananias, Misael e Azarias na Cova/Fornalha de Fogo Ardente:
Daniel Capítulo 3.
Três jovens, uma estátua de ouro, um rei e uma ordem real: Adorar uma estátua. Obedecer ou não? Vejamos os prós e contras:
Obedecer era manter a posição social, econômica, o status quo, diante de um Império Mundial, desobedecer era perder tudo, incluindo a própria vida. Bem, eles preferiram morrer, pois, ainda que não tenha mencionado, obedecer ao rei, era negar e trair o próprio Deus, eles não queriam fazer isto, então, perder a vida para eles, era melhor do que perder a confiança que Deus havia depositado neles.
O texto, em si, demonstra, a crueldade, a frieza e a ignorância de Nabudonosor, sua autoconfiança, baseava-se em seu poder bélico, sua capacidade estratégica em vencer batalhas, sua impáfia era tão grande, que não era capaz de reconhecer sua insignificância diante do Deus do Universo. Mas, cabe-nos uma pergunta, semelhante à feita sobre o texto de José: Como você ficaria/agiria, se, após conseguir uma posição social de respeito, status e ter uma vida financeira abastarda, tivesse a ponto de perder tudo, em nome de sua fé em Deus? Hoje, talvez, seja simples dizer: Eu também preferiria ser lançado na fornalha, porém, é importante lembrar que, eles se deixaram lançar, na certeza de que iriam morrer, e não que seriam ser salvos no segundo final.
Passemos ao terceiro caso, Daniel, na cova dos Leões:
Daniel Capítulo 6.
Mais uma vez, uma ordem real, que envolvia a fé, só que dessa vez, o foco não estava numa estátua, mas sim num governante, em um homem, este não era alguém que tinha a impáfia de Nabucodonosor, mas que se deixou levar por uma vaidade humana, enganado pelos seus príncipes, que dizendo ter uma intenção boa, seu intuito era fazer mal à Daniel, que, ao saber do edito real, não se abalou e foi orar. Em cumprimento ao decreto, deveria ele ser lançado na cova, onde leões famintos o estavam aguardando, para “cumprirem” a sentença real: devorar o transgressor. Cabe aqui a pergunta: Você perderia seu cargo, sua vida, se tivesse que escolher, orar a Deus, pedir a Deus do que pedir a um homem, a um governante? Antes de responder, reflita sobre algo que tenho constato em nossos dias: Prefeitos, Governadores, Deputados, Vereadores, dão grandes donativos a igrejas, dão cargos a crentes, em troca de votos, pessoas confiam, dependem e se submetem a essas autoridades, não seria uma forma de venerar o homem do que depender de Deus? Espero que não tenha sido tão radical, mas falo assim para aprofundar nossa reflexão.
Bem, diante das três exposições bíblicas, das perguntas lançadas vamos aos pontos, que os textos têm, em comum:
Inveja – Da Família, Dos Colegas de Trabalho e de Governantes.
Perda – da Segurança, da Posição Social e da Própria Vida.
Mudança – de Posição Social, Econômica e Espiritual.

Quem eram esses homens, antes de passarem pelas perdas? Antes de serem alvo da inveja? Antes de terem sua vida mudada diante de uma decisão que tiveram que tomar ou manter? Quando se posicionaram a falar, fazer e manter-se fiel aos seus sonhos e convicções?
Não desejo ser prolixo em minhas reflexões, mas levá-lo(a) a uma posicionamento de fé. Não apenas que tudo dará certo em sua vida, mas sim que, se tudo estiver dando errado, Deus continua no controle, que é possível que você perca a sua esposa, seus filhos, sua casa, sua posição social, seu dinheiro, ou seja, diante dos olhos de nossa sociedade você será considerado um fracasso, um derrotado, porém, se você estiver em obediência a Deus, dependendo dele, ainda que digam: “E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos.” Mateus 27:41-42. Sim, disseram que Jesus estava derrotado, porque eles somente conseguiam enxergar com os olhos da carne, eles não podiam enxergar o que estava ocorrendo no Plano Espiritual. Jesus estava se tornando o campeão dos campeões. Talvez seja isto o que está acontecendo com você nesse momento, você está fraco, debilitado, sem esperanças, expectativas, amigos, até na denominação onde você frequenta, já meneam a cabeça quando você passa, acham que não há mais jeito para você. Mas o que você pensa é o que importa, se seu pensamento está em Deus é claro. É o que Deus pensa a seu respeito, é o plano de Deus para sua vida que você deve aceitar. Se Deus tem a morte, saiba que é morte para a vida, mas se Deus quer que viva, então é vida para a morte, ou seja, viver neste mundo, sem se esquecer que sua esperança não está nas coisas desse mundo.
Espero que você não fique só na teoria, que não fique só na euforia da leitura, mas que dê alguns passos de fé, eu vou sugerir alguns, mas você terá que dar os seus próprios de acordo com sua situação:
1.      Faça o reconhecimento de seu atual estado – assuma sua condição, seja ela qual for.
2.      Arrependa-se, se for o caso e fale pra Deus que está arrependido.
3.      Diga a Deus o que você quer, o que você sabe que pode fazer e o que não sabe.
4.      Não tente ser ou parecer o que não é – lembre-se que Deus conhece o seu coração.
5.      Não queime etapas, comece do começo e vá gradativamente andando, não pule.
6.      Ame-se, apesar do que digam a seu respeito.  Olhe-se, respeite-se e siga adiante.
7.      Peça a Deus que lhe ensine a amar ao próximo – quero esclarecer que não estou dizendo que deve amar o estuprador, o assassino em série, mas que o amor ao ser humano, significa que, mesmo querendo que a justiça seja feita, você não esquecerá que é possível agir com coerência e amor nesse julgamento.
Graça, Paz, Amor e Redenção da parte de Deus, não esqueça do Novo Pacto, a Nova Aliança de Sangue em Cristo Jesus. Amém.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cultos Espetáculos X Cultos Racionais

                                                    Por Claudio Marcio
Romanos 12: 1 Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
         O que deveria acontecer em um culto racional? O que acontece num culto que parece mais um espetáculo, um show? O Espírito Santo, Jesus, o Próprio Deus, Criador, fica em qual posição? Eles são atores ou expectadores nessas reuniões (cultos)?
         Minhas perguntas têm o interesse de uma genuína reflexão, e não uma crítica a quem participa, como se estivesse cometendo um grande erro. O tipo de culto que me refiro é o que se pratica hoje, na maioria das denominações. Então, temos que refletir, que tipo de lugar tem sido dado ao Trio Divino.
Conjecturando, a partir da Bíblia Sagrada: o Espírito Santo tem a missão de guiar, consolar, convencer, batizar, testificar, ufa, a lista é grande, mas, aproveitando o que já foi apresentado, quanto tempo deveríamos dar para o Espírito Santo se apresentar?
Quanto tempo deveríamos dispor para esclarecer aos presentes nessas reuniões sobre o ator principal, aquele que representa e deve falar sobre Jesus: O Soberano Espírito Santo? Quanto tempo deveríamos falar sobre Jesus => Sua Divindade, Vida e Obras, Morte e Ressurreição? E finalmente, sobre o Criador dos Céus e Terra, o Sempre Existente, o Eu Sou, aquele que nos enviou seu Filho Jesus, quanto tempo deveríamos falar sobre ele?
Já vi e participei de cultos onde se fala de prosperidade, lutas, vitórias, empregos, desempregos, superações, derrotas, canta-se sobre muitas coisas, mas... Até em política às vezes falamos, porém... O Culto Racional é isso? Não sou contra a alegria, o frenesi que um louvor emocionante nos leva; a uma reflexão que nos faz chorar. No entanto, quando tudo isso termina há algo que sobra e que seja capaz de nos sustentar até o próximo culto? O culto somente acontece quando estamos reunidos com microfones, ternos, roupas elegantes, pessoas que pregam bem (depende do ponto de vista), louvores estridentes e muito falatório? Em tese em nome de Deus (YHWH = Yavé) estamos nos reunindo. Mas precisamos deixar Deus Falar mais, eis aí uma proposta de um culto (Devoção/Adoração) a Deus com racionalidade (Objetividade em promover seu nome entre os homens). Culto Racional não deve ser Contrário ao Culto Espetacular, deve fazer parte, numa integração de Fé, Emoção, Razão, Adoração, Louvor e Mover de Deus!
Paz, Graça, Fé, Amor e Redenção.

MULHER ADÚLTERA OU PROSTITUTA?

Por Claudio Marcio 
João Capítulo 8 (Bíblia Eletrônica)

1 Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras. 2 Pela manhã cedo voltou ao templo, e todo o povo vinha ter com ele; e Jesus, sentando-se o ensinava. 3 Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio, 4 disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5 Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. 7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. 8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 9 Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. 10 Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.
          Não acredito que a mulher do texto em questão tenha sido pega em ato de adultério. Porém creio que ela era uma prostituta. Alguns textos bíblicos me conduzem a pensar assim:

Êxodo 20:14 Não adulterarás.
Deuteronômio 5: 18 Não adulterarás.
Levítico 18: 20 Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, contaminando-te com ela.
Deuteronômio 22:22 Se um homem for encontrado deitado com mulher que tenha marido, morrerão ambos, o homem que se tiver deitado com a mulher, e a mulher. Assim exterminarás o mal de Israel. 23 Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, 24 trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti. 25 Mas se for no campo que o homem achar a moça que é desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, morrerá somente o homem que se deitou com ela; 26 porém, à moça não farás nada. Não há na moça pecado digno de morte; porque, como no caso de um homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este caso; 27 pois ele a achou no campo; a moça desposada gritou, mas não houve quem a livrasse. em juízo, entre sangue.

          Se ela fosse uma mulher adúltera, não deveríamos considerar que tivesse um marido? O homem com quem ela adulterou, não deveria ter sido levado diante de Jesus, para ambos serem apedrejados?
         Não temos que nos aprofundar tanto assim, pois o texto em si nos lança a uma simples reflexão: Por que levaram só a mulher se havia um mandamento para que ambos fossem apedrejados, a fim de que o marido tivesse sua honra lavada.
         As definições de pornéia nos levam a prática sexual sem compromisso, sem respeitar princípios morais e religiosos.

Porneia => Substantivo Feminino = Devassidão, Libertinagem.
Devassidão => s.f. Qualidade de quem ou do que é devasso.
Depravação de costumes, libertinagem.
Devasso => adj. e s.m. Que ou aquele que é libertino; dissoluto, licencioso.
Dissoluto =>  adj. e s.m. Que ou o que é contrário aos bons costumes; devasso, libertino.
Dissolvido, desfeito.
Libertinagem => s.f. Modo libertino de viver. Outrora, descrença; incredulidade religiosa.
Libertino => adj. e s.m. Que ou aquele que é desregrado em sua conduta; devasso, dissoluto. Outrora, pessoa livre da disciplina da fé religiosa; livre-pensador: Pascal escreveu contra os libertinos.
http://www.dicio.com.br/porneia/ 

         Aonde quero chegar é que a mulher em questão era prostituta e provavelmente os seus acusadores, a conheciam de transar com ela. Sendo assim, tinham segurança do que falavam, só não esperavam que Jesus lhes dissesse: “Aquele que não tiver o mesmo pecado, seja o primeiro a atirar pedra” (Grifo meu). Quando refletimos desse jeito, nos parece que o texto fica mais contundente do que já é. Polêmicas à parte, de sua origem, o que ressalto aqui é a pungência do texto: A mulher que havia servido aos homens, sexualmente, agora era descartada e colocada no círculo da morte para ser apedrejada.

Agora a questão que nos deve incomodar e levar-nos a uma reflexão é a seguinte: Jesus, não apedrejou, não condenou, não disciplinou, ao contrário, acolheu, amou, perdoou e orientou que ela não pecasse mais, ela tão pouco pediu perdão, somente foi embora em silêncio após responder as perguntas que Jesus lhe fez. Por que então, nas denominações, as pessoas são disciplinadas, excluídas e tratadas como “criminosas” quando cometem um pecado, segundo as regras da denominação, que ferem princípios e regras estabelecidas pelos participantes da mesma? Talvez alguém diga: Mas ela não era crente, e quem comete pecado na igreja é um cristão. Não seria esse então, nosso irmão, conhecido, arrependido (se assim estiver), mais digno de nossa compaixão?

         O que quero mostrar é que o perdão dado por Jesus, foi dado sem a pessoa em questão merecer, não uma adúltera, mas sim uma prostituta, uma mulher que ganhava a vida, vendendo seu corpo para ser usado sexualmente.

         Jesus nos propõe uma nova forma de olharmos o pecador, seja ele o pior do mundo: Propor-lhe uma mudança de comportamento, antes de julgá-lo ou tão pouco condená-lo. Entendo que Jesus não está conivente com as ações pecaminosas dessa mulher. O que ele não pretende fazer é matá-la, castigá-la sem propor-lhe o que ele tem de melhor, uma nova vida, um novo estilo de comportamento.

         Concluo que a mulher pega em ato de Prostituição é alvo do amor de Deus e que o ato de Jesus, não pode ficar registrado apenas em João 8, precisa acontecer em nossas vidas, enquanto igreja do Senhor Jesus.

Mas como mudar de atitude? Cada caso é um caso. Em se tratando dessa mulher, ela estava diante da morte e Jesus lhe poupou a vida. Isto lhe impactou com certeza.

O que se passou a partir daquele instante na vida daquela mulher, não nos é mencionado, porém algo forte aconteceu. A mulher sai em silêncio, provavelmente com dúvidas e certezas: Por que ele não deixou que me apedrejassem? Como poderei viver se não possa mais utilizar o meu corpo para ganhar dinheiro? O que devo fazer a partir de agora para ser uma mulher diferente e não mais prostituta?

            Essas mesmas perguntas devem ser feitas por nós, enquanto igreja de Cristo: Como podemos ajudar mulheres que se prostituem a deixarem essa prática? Após deixarem de ganhar a vida com a prostituição como podemos ajudá-las a manter-se? Como não discriminar mulheres que vivem assim? Como demonstrar respeito e interesse por elas, enquanto pessoas que são alvo do amor de Deus?

Talvez tenhamos todas as respostas, mas será que fazemos todas as ações?

Enquanto há tempo, estejamos prontos a perdoar, amar, e, anunciar o reino de Deus, a partir de nossas ações terrenas, ou seja, a eternidade começa a partir do instante que recebemos em nós o Salvador do mundo e seu Espírito Santo, sendo assim, o céu começa na Terra, somos cidadãos celestiais, portanto vivamos o céu na Terra.

sexta-feira, 16 de março de 2012

PERGAMINHO NÚMERO DEZ


Quem tem a fé tão pequena que, em momento de grande desastre ou agitação, não haja clamado a seu deus? Quem já não gritou quando confrontado com o perigo, a morte, ou o mistério além de sua compreensão ou experiência normal? De onde vem esse profundo instinto que escapa da boca de todas as criaturas vivas em momentos de perigo?
Mova rápido sua mão ante os olhos de alguém e ele irá piscar. Dê uma pancadinha logo abaixo do joelho e sua perna irá pular. Confronte alguém com um negro horror na face e ele dirá, “Meu Deus”, levado pelo mesmo impulso.

Não necessito permear minha vida de religião a fim de reconhecer este grande e maior mistério da natureza. Todas as criaturas que andam sobre a terra, inclusive o homem, possuem o instinto de gritar por socorro. Por que possuímos esse instinto, esse dom? 

Não são nossos gritos uma forma de súplica? Não é compreensível, num mundo governado pelas leis da natureza, que uma mente grandiosa, à parte de dar ao cordeiro, à mula, ao pássaro, ao homem, o instinto de gritar por socorro, tenha também permitido que o grito fosse ouvido por algum poder superior capaz de ouvir e atender ao grito de socorro? De hoje em diante eu suplicarei, mas meus gritos por socorro serão apenas pedidos de orientação.

Jamais suplicarei pelas coisas materiais do mundo. Não peço ao criado que me traga comida. Não determino ao hospedeiro que me dê um quarto. Jamais buscarei dádivas de ouro, amor, saúde, vitórias mesquinhas, fama, êxito ou felicidade. Suplicarei apenas por orientação para que eu venha a saber a maneira de adquirir estas coisas e serei sempre atendido em minha súplica.

A orientação que busco pode chegar como pode não chegar, mas não são ambas uma resposta? Se uma criança busca pão com seu pai e não encontra, não deu o pai uma resposta?

Suplicarei por orientação e suplicarei como um vendedor, desta maneira:
Ó criador de todas as coisas, ajudai-me. Pois hoje saio pelo mundo nu e só, e sem vossa mão para orientar desviar-me-ei do caminho que conduz ao êxito e à felicidade.

Não peço ouro ou roupa ou mesmo oportunidades segundo minha capacidade, mas orientação para que possa adquirir capacidade segundo minhas oportunidades.

Ao leão e à águia ensinastes a caçar e a prosperar com os dentes e as garras. Ensinai-me a caçar com palavras e a prosperar com amor para que eu possa ser um leão entre os homens e uma águia na feira.

Ajudai-me a permanecer humilde nos obstáculos e fracassos; mas não oculteis dos meus olhos o prêmio que virá com a vitória.

Conferi-me tarefas para as quais outros fracassaram; mas orientai-me na colheita das sementes do êxito nos fracassos dos outros. Confrontai-me com temores que temperarão o meu espírito; mas dotai-me de coragem para rir de meus receios.

Reservai-me dias suficientes para alcançar meus objetivos; mas ajudai-me a viver este dia como se fosse o meu último dia. 

Orientai-me em minhas palavras para que elas frutifiquem; mas  acautelai-me a língua, para que a ninguém difame. 

Disciplinai-me no hábito de tentar sempre e sempre; mas mostrai-me a maneira de utilizar-me da lei das médias. Favorecei-me com a prontidão em reconhecer as oportunidades; mas dotai-me com a paciência que concentrará minha força.

Banhai-me em bons hábitos para que os maus hábitos se afoguem; mas concedei-me a compaixão pela fraqueza dos outros. 

Fazei-me sofrer para saber que todas as coisas passarão; mas ajudai me a contar minhas bênçãos de hoje.

Sujeitai-me ao ódio, para que ele não seja um estranho; mas enchei minha taça de amor para transformar estranhos em amigos. 

Mas que todas estas coisas aconteçam apenas segundo vossa vontade. Sou uma uva pequena e solitária compondo a vinha, mas me fizestes diferente de todas as outras. Em verdade, deve haver um lugar especial para mim. Orientai-me. Ajudai-me. Mostrai-me o caminho.

Deixai-me tornar em tudo aquilo que planejastes para mim quando minha semente foi plantada e escolhida por vós para brotar no vinhedo do mundo.
Ajudai este humilde vendedor. Orientai-me, Meu Senhor.

PERGAMINHO NÚMERO NOVE


Pergaminho Número Nove
Meus sonhos são insignificantes, meus planos são poeira, meus objetivos são impossíveis.

Todos nada valem, a não ser seguidos por ação.

Agirei agora.

Jamais existiu mapa, por mais cuidadosamente executado em detalhe e escala, que elevasse seu possuidor um só centímetro do chão. Jamais houve uma lei, conquanto honesta, que impedisse um crime. Jamais houve um pergaminho, mesmo como este que agora tenho nas mãos, que ganhasse um tostão sequer ou produzisse uma única palavra de aclamação. Somente a ação transforma o mapa, o papel, este pergaminho, meus sonhos, meus planos, meus objetivos em força viva. A ação é o alimento e a bebida que nutrirá o meu êxito.

Agirei agora.

Minha acomodação, que me atrasa, nasceu do medo, e agora reconheço este segredo tirado das profundezas de todos os corações corajosos. Agora sei que para vencer o medo devo sempre agir sem hesitação e as hesitações do meu coração desaparecerão. Agora sei que a ação reduz o leão do terror à formiga da equanimidade.

Agirei agora. 

De hoje em diante, relembrarei a lição do vaga-lume que acende sua luz apenas quando voa, apenas quando está em ação. Tornar-me-ei um vaga-lume e, mesmo durante o dia, meu fulgor será visto, apesar do sol. Que os outros sejam como borboletas que alisam suas asas, mas dependem da caridade de uma flor para viver. Serei como o vagalume e minha luz iluminará o mundo.

Agirei agora.

Não evitarei as tarefas de hoje e não as deixarei para amanhã, pois sei que o amanhã jamais chega. Deixe-me agir agora, mesmo que minhas ações possam não trazer felicidade ou êxito, pois é melhor agir e fracassar do que não agir e atrapalhar-me. A felicidade, em verdade, pode não ser o fruto colhido pela minha ação, mas sem ação todo fruto morrerá na vinha.

Agirei agora.

Agirei agora. Agirei agora. Agirei agora. De hoje em diante,repetirei estas palavras sempre e sempre, cada hora, cada dia, até que elas se tornem um hábito como minha respiração e as ações que se seguirem tornem-se tão instintivas como o piscar de meus olhos. Com estas palavras posso condicionar minha mente a executar tudo que seja necessário ao meu êxito Com estas palavras posso condicioná-la a enfrentar todos os desafios que o fracasso evita.

Agirei agora.

Repetirei estas palavras sempre e sempre.

Ao acordar, eu as pronunciarei e pularei da cama, enquanto o fracasso dorme uma hora mais.

Agirei agora.

Ao entrar na feira, eu as repetirei e imediatamente enfrentarei a primeira possibilidade, enquanto o fracasso pondera, ainda, se valerá a pena.

Agirei agora.

Ao encontrar uma porta fechada, eu repetirei as palavras, e baterei enquanto o fracasso espera lá fora com medo e agitação. Ao me defrontar com a tentação eu as repetirei outra vez e agirei imediatamente para afastar-me da maldade.

Agirei agora. 

Ao ser tentado a desistir e recomeçar amanhã, eu as pronunciarei e, imediatamente, agirei para consumar outra venda.

Agirei agora.

Apenas a ação determina meu valor na feira e, para multiplicar meu valor, multiplicarei minhas ações. Andarei por onde o fracasso teme andar. Trabalharei enquanto o fracasso procura descanso. Conversarei enquanto o fracasso permanece calado. Visitarei dez que podem comprar minhas mercadorias, enquanto o fracasso faz grandiosos planos para visitar um. Direi que está tudo consumado antes que o fracasso diga que é tarde demais.

Agirei agora.

Pois o agora é tudo que tenho. O amanhã é o dia reservado para o trabalho do preguiçoso. Eu não sou preguiçoso. O amanhã é o dia em que o mau se torna bom. Eu não sou mau. O amanhã é o dia em que o fraco se torna forte. Eu não sou fraco. O amanhã é o dia em que o fracasso terá êxito. Eu não sou um fracasso.

Agirei agora.

Quando o leão está faminto, ele come. Quando a águia tem sede, ela bebe. Se não agem, ambos  correrão perigo.

Sinto fome de êxito. Sinto sede de felicidade e paz de espírito.

Agirei para não correr perigo numa vida de fracasso, de miséria e de noites indormidas.

Eu ordenarei e obedecerei às minhas próprias ordens.

Agirei agora.

O êxito não esperará. Se eu retardo, ele se compromete com outro e eu o perco para sempre.

Esta é a hora. Este é o lugar. Eu sou o homem. Eu agirei agora.

PERGAMINHO NÚMERO OITO


Hoje centuplicarei meu valor.

Uma folha de amoreira, tocada pelo gênio do homem, torna-se seda.

Um campo de barro, tocado pelo gênio do homem, torna-se um castelo.

Um cipreste, tocado pelo gênio do homem, torna-se um santuário.

A lã tosquiada da ovelha, tocada pelo gênio do homem, torna-se vestuário para um rei.

Se é possível às folhas, ao barro, à madeira e à lã terem seu valor centuplicado, sim, multiplicado pelo homem, não posso eu fazer o mesmo com o barro que leva meu nome?

Hoje centuplicarei meu valor. 

Sou comparável ao grão de trigo que enfrenta um de três futuros. O trigo pode ser ensacado e  armazenado num depósito até servir de alimento ao suíno. Ou pode virar farinha e fazer o pão. Ou pode ser lançado à terra e crescer até que sua espiga dourada divida-se e produza, de um, milhares de grãos.

Sou comparável ao grão de trigo, com apenas uma diferença. O trigo não pode escolher entre ser alimento do suíno, base da farinha, ou plantado para multiplicar-se. Eu posso escolher e não deixarei que minha vida seja alimento do suíno, nem a deixarei colocar-se sob as rodas do fracasso e do desespero para ser despedaçada e devorada pela vontade dos outros.

Hoje centuplicarei meu valor.

Para crescer e multiplicar é necessário plantar o grão de trigo na escuridão da terra e meus fracassos, meus desesperos, minha ignorância e minhas inabilidades são a escuridão em que fui plantado a fim de amadurecer-me. Agora, como o grão de trigo que brota e floresce é apenas nutrido com chuva e sol e ventos quentes, eu também devo nutrir meu corpo e minha mente para realizar meus sonhos. Mas, para crescer a grande altura, o trigo deve esperar pelos caprichos da natureza. Eu não necessito esperar, pois tenho o poder de escolher meu próprio destino.

Hoje centuplicarei meu valor.

E como realizarei isto? Primeiro, estabelecerei objetivos para cada dia, cada semana, cada mês, cada ano e para minha vida. Assim como a chuva deve cair antes que o trigo quebre a casca e brote, assim também devo ter objetivos antes que minha vida se cristalize. Ao estabelecer meus objetivos, pensarei em meu melhor desempenho no passado e o centuplicarei. Este será o padrão sobre o qual viverei no futuro. Jamais me preocuparei com a elevada altura de meus objetivos, pois não é melhor apontar minha lança para a lua e atirá-la apenas numa águia do que apontá-la para a águia e acertar apenas na rocha?
Hoje centuplicarei meu valor.

A altura dos meus objetivos não me apavorará, embora possa tropeçar freqüentemente antes de alcançá-los. Se tropeçar, levantarme-ei e minhas quedas não me preocuparão, pois todos os homens devem tropeçar muitas vezes para alcançar a glória. Apenas o verme é livre da preocupação de tropeços. Eu não sou um verme. Que os outros construam uma caverna com seus barros. Eu construirei um castelo com o meu.

Hoje centuplicarei meu valor.

E assim, como o Sol aquece a terra para fazer com que brote a semente de trigo, também as palavras destes pergaminhos aquecerão minha vida e transformarão meus sonhos em realidade. Hoje superarei toda ação que executei ontem. Subirei a montanha do hoje com o extremo de minha capacidade, amanhã subirei mais alto que hoje e, no dia seguinte, mais alto que na véspera. Superar os feitos dos outros é importante; superar meus próprios feitos, é tudo.

Hoje centuplicarei meu valor.

E assim como o vento quente conduz o trigo à madureza, o mesmo vento levará minha voz aos que me darão ouvidos, e minhas palavras anunciarão meus objetivos. Uma vez pronunciadas, não ousarei recordá-las para que não percam a expressão. Serei meu próprio profeta, e embora todos possam rir de minhas alocuções eles ouvirão meus planos, conhecerão meus sonhos; e assim não haverá saída para mim até que minhas palavras se tornem feitos realizados.

Hoje centuplicarei meu valor.
Não cometerei o terrível crime de aspirar a pouco demais.
Executarei o trabalho que o fracasso não executará.
Sempre deixarei o meu desígnio exceder a minha compreensão.
Jamais me contentarei com o meu desempenho na feira.
Sempre elevarei meus objetivos tão logo os atinja.
Sempre me esforçarei para fazer a próxima hora melhor do que a hora presente.
Sempre anunciarei meus objetivos ao mundo.

Contudo, jamais proclamarei minhas realizações. Deixarei, ao contrário, que o mundo se aproxime de mim com louvores e que eu possa ter a sabedoria de recebê-los com humildade. 

Hoje centuplicarei meu valor.

Um grão de trigo quando centuplicado produzirá centenas de talos. Centuplique-os dez vezes e eles alimentarão todas as cidades da Terra. Não sou eu mais do que um grão de trigo?

Hoje centuplicarei meu valor.

E, feito isso, repetirei a façanha e repetirei de novo e haverá espanto e estupefação diante de minha grandeza, assim que as palavras destes pergaminhos se cumprirem em mim.

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