segunda-feira, 5 de junho de 2017

PASTOR POLÍTICO O QUE CRISTO TEM A VER COM ISTO?

Pr. Claudio Marcio
                O Cristão e a política, isto é bíblico? É errado? Tem base bíblica? É determinação de Deus?
                Durante anos em nosso país, a igreja e a política foram antagônicas, em sua relação, com o advento do Neopentecostalismo e, consequentemente a Teologia da Prosperidade (estou preparando um material sobre isto), passamos de antagônicos a harmônicos, afeitos à política e sua relação com a igreja institucionalizada. Passados, bem mais de vinte anos nessa relação, podemos questionar: existe, existiu ou existirá algum benefício para a igreja, enquanto instituição, relacionado diretamente ao convívio ou coadunação com crentes políticos?
                Antes de passarmos para possíveis respostas (não temos todas as respostas, tão pouco nos consideramos profundos conhecedores do assunto, mas somos pesquisadores), quero ressaltar que já tive interesse na política, antes de ser pastor; já participei de campanhas depois de ser pastor, e não sou contra pastores serem políticos, tão pouco cristãos se enveredarem pela política, sendo assim, a visão que procuro passar nesse breve opúsculo é centrada na Bíblia, não em minha opinião pessoal. Convido aos leitores a buscarem, pesquisarem e emitirem sua opinião a partir de uma leitura séria das Sagradas Escrituras. Conheci pessoas que me disseram que estavam entrando na política porque Deus as estava conduzindo a isto; outras chegaram a dizer que era uma revelação; outras ainda afirmaram que era uma missão que Cristo as outorgara. Ainda não ouvi (é possível que tenha) alguém dizer: “Vou para a política, pois eu quero ser político, tenho um dom (não espiritual) para isto, quero me envolver no parlamento, no poder executivo e tenho interesse em honrar o Evangelho sendo um político honesto, que jamais aceitarei propina ou tão pouco me envolverei com maracutaias.” Nunca ouvi e nem sei de nenhum caso assim (se o leitor souber me envie as informações, se o sujeito ainda vive, para que possa partilhar sobre essa lenda viva.
                Não ironizo quando escrevo “lenda viva”, apenas enfatizo que, ao se tornar político, mesmo entre os membros da igreja, a pessoa terá aliados e desafetos. Por exemplo, alguém se candidata pelo partido “A”, e na igreja quer o voto do pastor, dos membros que, em sua maioria preferem outros partidos, além e contrários do “A”. Eis o empasse. Principalmente se o sujeito for o Pastor da Igreja, uma instituição de milhares de membros, somente poderá legislar em prol de sua denominação (infelizmente alguns pensam que o mandato não é republicando, mas da instituição a qual representa)? Poderá apenas governar uma cidade, Estado ou até o país somente e, em acordo com as doutrinas de sua religião? Ledo engano.
                Quando uma pessoa é ordenada ao Santo Ministério (seja homem ou mulher), assume com a igreja de Cristo um compromisso de vida e morte (ainda que alguns não entendam assim – Vide João 10:11; 21:15-19). Apascentar é estar perto, amar com amor sacrificial, não amor de amigo, ser capaz de viver para o Reino de Deus na Terra com uma vida no Altar, não tem como dividir esse Sacerdócio divino-humano, com as atividades legislativas. O que Jesus tem a ver com isto? Com o indivíduo ser um pastor e querer ser um político? Nada a ver.
                Alguém poderá dizer: “Foi uma revelação, visão, profecia ou chamado de Deus!” Pois então, essas coisas estão acima da Verdade Revelada na Palavra de Deus. Estou dizendo que um pastor não pode ser político? Que um cristão não pode ser eleito para assumir um cargo legislativo ou executivo? Não é isso que estou querendo dizer. O que afirmo é: O Ministério Pastoral não tem nada a ver com a função política. Ou seja, assumiu a intenção de se candidatar, abra mão do Ministério, não é o Pastor que é Político, mas o Político que deixou de ser pastor. Ou então pague o preço de ser um Pastor que vai legislar: apascente as ovelhas de Cristo. Será que conseguirá dar conta? É fácil ser Pastor com vários salários, inclusive com o salário do político, que, ao não conseguir assumir o compromisso de apascentar a igreja de Cristo, mantém a alcunha de Pastor para promover-se em eleições futuras. Não deixa o homem ou mulher de Deus de ser um Pastor ou Pastora, por ter sido eleito ou eleita (Não perde o título, a unção). Só não tem como pastorear, assumindo assim o compromisso com a igreja de Cristo.
                Então, reforçando para não deixar dúvidas sobre a proposta de nosso Cristo: “Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos” – Mateus 22:14; 1 Coríntios 7:20-22; 1 Timóteo 3:1-16; 2 Timóteo 2:4. Você é um político foi chamado para ser um Pastor, permaneça político (se der) e vá ser Ministro do Evangelho. Sentiu de si mesmo (não diga que é de Deus), que quer atuar como político, deixe as ovelhas com alguém de sua confiança, assuma o seu interesse,  não envolva Cristo nisto e vá ser feliz com a política. Existem algumas pessoas que usam a igreja, o meio evangélico para se promoverem aos cargos políticos, usufruem desse benefício e depois, em meio as suas maracutaias pessoais, dizem que são crentes e políticos (separando uma coisa da outra) não tendo ética, moral ou decência para viver como político sob os princípios do Evangelho. É sobre esses indivíduos e posicionamentos que ratificamos: Pastor Político Cristo não tem nada a ver com isto.
                Paz, Graça, Fé, Amor e Redenção.

Duque de Caxias, 05 de Junho de 2017. 

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