Pr. Claudio Marcio
O
Cristão e a política, isto é bíblico? É errado? Tem base bíblica? É determinação
de Deus?
Durante
anos em nosso país, a igreja e a política foram antagônicas, em sua relação,
com o advento do Neopentecostalismo e, consequentemente a Teologia da
Prosperidade (estou preparando um material sobre isto), passamos de antagônicos
a harmônicos, afeitos à política e sua relação com a igreja institucionalizada.
Passados, bem mais de vinte anos nessa relação, podemos questionar: existe,
existiu ou existirá algum benefício para a igreja, enquanto instituição,
relacionado diretamente ao convívio ou coadunação com crentes políticos?
Antes
de passarmos para possíveis respostas (não temos todas as respostas, tão pouco
nos consideramos profundos conhecedores do assunto, mas somos pesquisadores),
quero ressaltar que já tive interesse na política, antes de ser pastor; já
participei de campanhas depois de ser pastor, e não sou contra pastores serem
políticos, tão pouco cristãos se enveredarem pela política, sendo assim, a
visão que procuro passar nesse breve opúsculo é centrada na Bíblia, não em
minha opinião pessoal. Convido aos leitores a buscarem, pesquisarem e emitirem
sua opinião a partir de uma leitura séria das Sagradas Escrituras. Conheci pessoas
que me disseram que estavam entrando na política porque Deus as estava
conduzindo a isto; outras chegaram a dizer que era uma revelação; outras ainda
afirmaram que era uma missão que Cristo as outorgara. Ainda não ouvi (é possível
que tenha) alguém dizer: “Vou para a política, pois eu quero ser político,
tenho um dom (não espiritual) para isto, quero me envolver no parlamento, no
poder executivo e tenho interesse em honrar o Evangelho sendo um político
honesto, que jamais aceitarei propina ou tão pouco me envolverei com maracutaias.”
Nunca ouvi e nem sei de nenhum caso assim (se o leitor souber me envie as
informações, se o sujeito ainda vive, para que possa partilhar sobre essa lenda
viva.
Não
ironizo quando escrevo “lenda viva”, apenas enfatizo que, ao se tornar
político, mesmo entre os membros da igreja, a pessoa terá aliados e desafetos. Por
exemplo, alguém se candidata pelo partido “A”, e na igreja quer o voto do
pastor, dos membros que, em sua maioria preferem outros partidos, além e
contrários do “A”. Eis o empasse. Principalmente se o sujeito for o Pastor da
Igreja, uma instituição de milhares de membros, somente poderá legislar em prol
de sua denominação (infelizmente alguns pensam que o mandato não é
republicando, mas da instituição a qual representa)? Poderá apenas governar uma
cidade, Estado ou até o país somente e, em acordo com as doutrinas de sua
religião? Ledo engano.
Quando
uma pessoa é ordenada ao Santo Ministério (seja homem ou mulher), assume com a
igreja de Cristo um compromisso de vida e morte (ainda que alguns não entendam
assim – Vide João 10:11; 21:15-19). Apascentar é estar perto, amar com amor
sacrificial, não amor de amigo, ser capaz de viver para o Reino de Deus na Terra
com uma vida no Altar, não tem como dividir esse Sacerdócio divino-humano, com
as atividades legislativas. O que Jesus tem a ver com isto? Com o indivíduo ser
um pastor e querer ser um político? Nada a ver.
Alguém
poderá dizer: “Foi uma revelação, visão, profecia ou chamado de Deus!” Pois então,
essas coisas estão acima da Verdade Revelada na Palavra de Deus. Estou dizendo
que um pastor não pode ser político? Que um cristão não pode ser eleito para
assumir um cargo legislativo ou executivo? Não é isso que estou querendo dizer.
O que afirmo é: O Ministério Pastoral não tem nada a ver com a função política.
Ou seja, assumiu a intenção de se candidatar, abra mão do Ministério, não é o
Pastor que é Político, mas o Político que deixou de ser pastor. Ou então pague
o preço de ser um Pastor que vai legislar: apascente as ovelhas de Cristo. Será
que conseguirá dar conta? É fácil ser Pastor com vários salários, inclusive com
o salário do político, que, ao não conseguir assumir o compromisso de apascentar
a igreja de Cristo, mantém a alcunha de Pastor para promover-se em eleições
futuras. Não deixa o homem ou mulher de Deus de ser um Pastor ou Pastora, por
ter sido eleito ou eleita (Não perde o título, a unção). Só não tem como
pastorear, assumindo assim o compromisso com a igreja de Cristo.
Então,
reforçando para não deixar dúvidas sobre a proposta de nosso Cristo: “Muitos
são chamados, mas poucos os escolhidos” – Mateus 22:14; 1 Coríntios 7:20-22; 1
Timóteo 3:1-16; 2 Timóteo 2:4. Você é um político foi chamado para ser um
Pastor, permaneça político (se der) e vá ser Ministro do Evangelho. Sentiu de
si mesmo (não diga que é de Deus), que quer atuar como político, deixe as
ovelhas com alguém de sua confiança, assuma o seu interesse, não envolva Cristo nisto e vá ser feliz com a
política. Existem algumas pessoas que usam a igreja, o meio evangélico para se
promoverem aos cargos políticos, usufruem desse benefício e depois, em meio as
suas maracutaias pessoais, dizem que são crentes e políticos (separando uma
coisa da outra) não tendo ética, moral ou decência para viver como político sob
os princípios do Evangelho. É sobre esses indivíduos e posicionamentos que
ratificamos: Pastor Político Cristo não tem nada a ver com isto.
Paz,
Graça, Fé, Amor e Redenção.
Duque de Caxias, 05 de
Junho de 2017.
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