sexta-feira, 2 de junho de 2017

AS 10 PRÁTICAS DO EGITO QUE PROVOCARAM A IRA DE YAHWEH (4ª Parte)

Êxodo Capítulos: 7 a 12

Pr. Claudio Marcio
SEXTA PRÁTICA (Êxodo 9:8-12): Tenho grande preocupação e zelo ao escrever sobre a Palavra de Deus, pois entendo que o leitor ou ouvinte (quando estou pregando ou dando uma palestra), merece respeito e consideração, sendo assim, como pesquisador cristão tenho interesse em saber da fonte que me proporciona falar ou comentar sobre um assunto. Ao pesquisar sobre essa prática, as fontes às quais consultei me encaminharam ao Deus Tífon, sendo ele reverenciado pelos egípcios por intermédio de sacrifícios cujas cinzas teriam sido utilizadas por Moisés para a sexta praga de úlceras, entretanto, esse nome é bem conhecido da mitologia grega, estando na mitologia egípcia o seu reconhecimento como sut ou seth, deus já mencionado na praga dos piolhos, quando o pó do deserto fora ferido pelo bordão de Arão. Ou seja, a sexta prática está relacionada a um deus egípcio que teria o poder de proteger o corpo físico de homens que os reverenciava e aos animais que eram utilizados como sacrifício em sua homenagem. Caro leitor, de forma específica e geral peço que atente para essa praga, juntamente com as demais, pois o que ressalto é a importância da confrontação do Deus de Israel em relação com os falsos deuses egípcios, apesar de respeitarmos às pessoas de todas as religiões, quando diante de nossa fé e nosso Deus consideramos não-deuses, pois não podem ser equiparados ao único ser transcendente, imanente, eterno, sublime, poderoso e incognoscível Yahweh. Os magos não podiam nem permanecer diante de Moisés, devido aos tumores/úlceras que estavam em seu próprio corpo, ou seja, além de não reproduzirem, tão pouco podiam se curar. Sua fragilidade enquanto líderes religiosos e a impotência do ser a quem creditavam sua fé era nítida e patente por sua incapacidade em confrontar o Deus de Israel. E em relação a Faraó? É importante compreender o texto em seu contexto, pois o que lemos é que “Deus endureceu o coração de Faraó…”, nos aparecendo assim que o líder egípcio estava sendo vítima da ação manipuladora de Deus, em relação aos seus sentimentos emoções. Pois Deus sendo tão poderoso, não teria dado o livre arbítrio a Faraó para que permitisse ao povo ir adorar no deserto. Releia o texto e perceba que o sentido é que a ação de Deus enfurecia Faraó, a tal ponto do mesmo endurecer seu coração, mesmo diante dos fatos à sua frente demonstrarem o poderio de Yahweh, ou seja, ele reconhecia as evidências à sua frente como sendo consequências do Deus israelita, mas não se queria se submeter às suas exigências, reverenciando-o como superior a si e aos seus deuses. Diante disto suas emoções e sentimentos para com Deus se fechavam, de forma dura, a tal ponto de negligenciar sua Divindade e Soberania. Lamentável para ele e para os egípcios, pois a assolação do eterno não finda contra aqueles que o rejeitam e o desprezam. Havia mais pragas a vir, e a próxima praga iria mostrar como Ele é capaz de controlar os elementos e suplantar àqueles que não o obedecem.
            SÉTIMA PRÁTICA (Êxodo 9:13-35) – Existem algumas questões que pontuaremos nesse texto tão extenso: 1. A mensagem de Deus. 2. Deus é quem exalta e abate as autoridades (Vide Rom. 13). 3. O controle que Yahweh tem sobre os elementos. 4. Os que obedecem à voz/palavra do Eterno são poupados. 5. Remorso, mentira, engano e dureza de coração são práticas que o Altíssimo deplora. Esses destaques foram colocados para o leitor compreender a dimensão do poder de Deus, o poderio arrasador dessa praga (chuva de pedras). Mas que prática essa praga atinge? Soberba, Idolatria e Negação do verdadeiro Criador de Todas as coisas: Yahweh. Diante do que Faraó já havia visto, sentido e se insubordinado contra Deus, o discurso agora é de finalização, tanto do líder quanto dos liderados, que não obedecessem ao aviso de Deus. Estava sendo prenunciado o fim do reino desse Faraó e todos os súditos que coadunassem com ele. A mensagem é direta, sem rodeios: Deus irá destruir Faraó em seu orgulho, soberania e fé em seus deuses, ou seja, o poder que ele pensava ter, não seria suficiente para impedir o que Deus pretendia fazer. Seus deuses não seriam capazes de impedir o que estava para ocorrer. Somente os obedientes à sua ordem e comando poderiam se safar; que surpreendente isto, quem desobedece a Faraó, compreendesse que o Deus de Israel iria devastar o Egito com uma chuva de pedras, esse seria poupado. É possível que os magos tranquilizassem seu líder, argumentando com seu conhecimento que isto era impossível naquela região. Mas quando o fenômeno predito ocorreu, Faraó teve que se humilhar e pedir a Moisés que orasse a Deus para parar com aquilo. Era mais uma de suas mentiras, Deus sabia disto, mas cada vez mais o Altíssimo se estabelecia como supremo e único ser sobrenatural que fala, faz e desfaz o que quer e quando quer. Faraó, sem querer, e, apesar de suas mentiras e dureza de coração, tornara-se instrumento de Deus para demonstrar aos egípcios e ao seu povo quem de fato era o Yahweh de Israel.
OITAVA PRÁTICA (Êxodo 10:1-20): Até quando...? Esse é o início do discurso que o Senhor ordenou a Moisés que Arão deveria falar a Faraó; existia um limite de tempo, e o Altíssimo requer do soberano egípcio um posicionamento. Deus é o senhor do cronos, porém ele obriga Faraó a se posicionar cronologicamente em sua insubmissão que estava acarretando males à ele e ao povo que ele governava. É demonstrado nesse discurso que a não submissão ao Yahweh de Israel, traria males ainda maiores. Reiteremos que o endurecimento do coração de Faraó (lembrando: ele era considerado um deus), não é uma ação de Deus em seu coração, mas sim consequência da própria indiferença dele às ordens do verdadeiro e único Criador (Elohim).
            Não existe vitória de um homem só. Nenhum reino subsiste se os governados duvidam da governabilidade de seu líder. Isto passou a ocorrer (versículo 7), pois os oficiais (o alto comando) questiona o posicionamento de seu líder diante de um Egito que ia de mal a pior (“Acaso, não sabes ainda que o Egito está arruinado? ”), ou seja, os líderes de Faraó reconheciam que os deuses egípcios (em particular Osíris) não tinham poder de confrontação em relação ao Deus de Israel: Yahweh. Diante da pressão de seus liderados Faraó propõe (ele impõe seus termos) que somente os homens sirvam a Deus no deserto, considerando que se deixasse ir também as crianças e mulheres os israelitas poderiam fugir. Ao impor esses termos, mais uma vez Faraó traz sobre si e seu povo mais uma praga, que é consequência de suas práticas idólatras, soberbas e de indiferentismo ao verdadeiro Deus. Um vento oriental traz os gafanhotos que destroem tudo o que restara, no campo agrícola, da chuva de pedras; apressado diante de mais essa fatalidade, da pressão dos oficiais e descontentamento do povo, Faraó implora a Moisés e a Arão que clamem a Deus para que mais essa praga vá embora, prometendo deixar o povo ir, infelizmente é mais uma mentira, não desconhecida por Deus, porém ele estava selando seu destino e o destino do povo egípcio. O vento ocidental leva os gafanhotos, mas não leva o orgulho de um governante em ruínas físicas, morais e psicoemocionais. Ocorreriam mais duas pragas, consequência de outras duas práticas. Deus se revelara e não havia ninguém que poderia impedir seu povo de ir adorá-lo no deserto, mas Faraó teria que pagar mais duas contas: reconhecendo que andar na escuridão é certeza de derrota, e que o autor da vida, é capaz de sacrificar vidas primogênitas.
            NONA PRÁTICA (Êxodo 10:21-29): Rê ou Rá é o principal deus da teologia e panteão egípcio, Faraó é a representação encarnada desse Deus, ele é o deus sol, que ilumina e proporciona o cultivo dos alimentos, além de gerar outros deuses. Essa prática ofende e agride diretamente ao criador de todas as coisas, inclusive do próprio sol que não é um deus, mas sim uma estrela. Essa escuridão é uma demonstração do poder de Deus sobre mais essa forma errônea de adoração, que influenciava a cultura, religião e política egípcia e, consequentemente os hebreus que dele ouviam falar. Durante três dias esse falso deus teve a possibilidade de desmerecer e confrontar o Yahweh de Israel, o que não ocorreu. Faraó cede mais uma vez, ampliando sua liberação do povo agora, além dos homens às mulheres e crianças, porém não permitindo que os animais sejam levados, Moisés explica à ele que isto inviabilizaria a proposta de adoração e oferecimento de holocaustos ao verdadeiro Deus, diante disto seu posicionamento é mais duro ainda, pois diz que a próxima vez que Moisés o visse ele o mataria, porém o homem de Deus não deixou por menos, confirma a fala de Faraó, que nunca mais veria a sua face. O espírito que tudo sabe já estava profetizando a ruína completa do império de Faraó, que começaria com sua própria família.
            DÉCIMA PRÁTICA (ÊXODO 11 E 12): Como já mencionei na introdução, não é nossa pretensão esgotar esse tema sobre as práticas egípcias que provocaram a ira de Deus, sendo assim, exatamente nesses dois capítulos pontuarei, como costume, algumas questões que foram determinantes nessa última prática: a confiança em vários deuses (falsos deuses, do ponto de vista hebreu e cristão), menos no verdadeiro e único Deus Criador de todas as coisas - o Yahweh de Israel. É imprescindível que o leitor leia o texto completo, são apenas dois capítulos, porém não podemos acreditar que já sabemos aquilo que não lemos, ou que, lemos a muito tempo, ou até mesmo ouvimos falar sobre o assunto. Pontuemos: 1. A prosperidade será uma realidade para o hebreu, até aqui um povo escravo e submisso ao povo egípcio, pois os hebreus pediram objetos de prata e ouro aos vizinhos egípcios e eles deram, pela fama de Moisés, o representante de Yahweh. 2. Instituição da Páscoa (“passar sobre”), que hoje em nosso Brasil é conhecida pelos ovos de páscoa, coelhos, porém que tem um significado de derramamento de sangue: dos cordeiros (machos de um ano sem defeito) e dos filhos primogênitos dos egípcios. Ou seja, o que hoje em nosso país é considerado motivo de alegria por uma comemoração doce de chocolates, foi uma comemoração de libertação com sangue (exemplo de nossa libertação do pecado pela morte do cordeiro sem pecado: Jesus Cristo). 3. Os deuses egípcios não puderam impedir a morte dos primogênitos – o politeísmo e sincretismo religioso do Egito, bem como a crença na deidade do Faraó, não foram impeditivos da ação do anjo da morte enviado da parte de Deus. 4. Deus tem pressa – deveriam comer apressadamente, arrumados para saírem do Egito, pois o que foi feito por Yahweh, atingiu da menor a maior família egípcia, incluindo o primogênito de Faraó, próximo herdeiro e sucessor de seu reino. Seiscentos mil homens foram contados, sem considerar mulheres e crianças, se multiplicarmos por cinco (esses homens provavelmente eram adultos casados, prontos para guerrear e com filhos), teremos mais ou menos 3 milhões de pessoas que saíram do Egito. Que baque para a economia Egípcia, porém uma grandiosa mudança na vida, economia, crença, cultura e história do povo de Israel.
CONCLUSÃO
            Nessa última prática, procuramos pontuar questões relevantes para o benefício de Israel e que foram negativas para os egípcios. Essa última praga atingiu em cheio os dois povos de maneira contrária, beneficiando a um e trazendo prejuízo a outro na economia, cultura, religiosidade, política, visão de mundo e história. O povo hebreu deixava de ser escravo e o povo egípcio perdia sua hegemonia política imperiosa. Seus deuses foram incapazes de juntos impedirem a ação de único Deus (porém verdadeiro e real). O Deus de Israel.
Seiscentos mil homens foram contados, as mulheres e crianças que o acompanhavam, apesar de não serem contados estavam presentes (ouso a multiplicar por 5, completando aos homens, que deveriam ser casados e prontos para guerrear, um total de 3 milhões de pessoas, ou seja, Deus fez com que uma nação que chegou no Egito com 70 pessoas (Gênesis 46: 27) chegasse a esse extraordinário quantitativo de milhões de vidas.
Minha intenção desde o início não foi fazer uma profunda pesquisa sobre as práticas egípcias, mas sim demonstrar que tais práticas pagãs, foram o motivo das pragas. Deus não coaduna com deuses, é único, Senhor de todo o Universo. Então, existe alguma prática que estejamos fazendo que, de certa forma, diretamente tem provocado a ira de nosso Deus e promovido pragas em nossa vida? Estará o Brasil praticando algo que tem provocado a ira de Deus?
Talvez saibamos a resposta, e o que estamos fazendo para impedir as pragas de atingirem nosso país e nossa vida?
Paz, Graça, Amor e Redenção.

Referências

As 10 pragas do Egito e sua relação com as divindades pagãs egípcias. Disponível em: http://gracamaior.com.br/mensagens/128-as-10-pragas-do-egito-e-sua-relacao-com-as-divindades-pagas-egipcias.html. Acesso em: 18 mai. 2017.
BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Tradução: Valdemar Kroker — São Paul: Editora Vida, 2008.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. Tradução: Degmar Ribas Junior. Preparação dos Originais: Alexandre Coelho. Revisão: Alexandre Coelho e Luciana Alves. Capa e projeto gráfico: Eduardo Souza. Editoração: Oseas Felício Maciel. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 4ª Edição, 2004.
Lista de deuses egípcios. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_deuses_eg%C3%ADpcios. Acesso em: 22 mai. 2017.
O deus Seth. Disponível em: http://leopoldina-emummundodistante.blogspot.com.br/ 2010/05/o-deus-seth.html. Acesso em: 12 mai. 2017.
O que representam as 10 pragas do Egito. Disponível em: https://augustomen. wordpress.com/2014/04/23/o-que-representam-as-10-pragas-do-egito/. Acesso em: 20 mai. 2017.
Osíris. Disponível em: http://www.infoescola.com/mitologia/osiris/. Acesso em 27 mai. 2017.

Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: volume I, Pentateuco. Traduzido por Susana E. Klassen - Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006.

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