Êxodo Capítulos: 7 a 12
Pr. Claudio Marcio
SEXTA PRÁTICA (Êxodo 9:8-12): Tenho grande preocupação e zelo ao
escrever sobre a Palavra de Deus, pois entendo que o leitor ou ouvinte (quando
estou pregando ou dando uma palestra), merece respeito e consideração, sendo
assim, como pesquisador cristão tenho interesse em saber da fonte que me
proporciona falar ou comentar sobre um assunto. Ao pesquisar sobre essa
prática, as fontes às quais consultei me encaminharam ao Deus Tífon, sendo ele
reverenciado pelos egípcios por intermédio de sacrifícios cujas cinzas teriam
sido utilizadas por Moisés para a sexta praga de úlceras, entretanto, esse nome
é bem conhecido da mitologia grega, estando na mitologia egípcia o seu
reconhecimento como sut ou seth, deus já mencionado na praga dos piolhos,
quando o pó do deserto fora ferido pelo bordão de Arão. Ou seja, a sexta
prática está relacionada a um deus egípcio que teria o poder de proteger o corpo
físico de homens que os reverenciava e aos animais que eram utilizados como
sacrifício em sua homenagem. Caro leitor, de forma específica e geral peço que
atente para essa praga, juntamente com as demais, pois o que ressalto é a
importância da confrontação do Deus de Israel em relação com os falsos deuses
egípcios, apesar de respeitarmos às pessoas de todas as religiões, quando
diante de nossa fé e nosso Deus consideramos não-deuses, pois não podem ser
equiparados ao único ser transcendente, imanente, eterno, sublime, poderoso e
incognoscível Yahweh. Os magos não podiam nem permanecer diante de Moisés, devido aos tumores/úlceras que estavam
em seu próprio corpo, ou seja, além de não reproduzirem, tão pouco podiam se
curar. Sua fragilidade enquanto líderes religiosos e a impotência do ser a quem
creditavam sua fé era nítida e patente por sua incapacidade em confrontar o
Deus de Israel. E em relação a Faraó? É importante compreender o texto em seu
contexto, pois o que lemos é que “Deus endureceu o coração de Faraó…”, nos
aparecendo assim que o líder egípcio estava sendo vítima da ação manipuladora
de Deus, em relação aos seus sentimentos emoções. Pois Deus sendo tão poderoso,
não teria dado o livre arbítrio a Faraó para que permitisse ao povo ir adorar
no deserto. Releia o texto e perceba que o sentido é que a ação de Deus
enfurecia Faraó, a tal ponto do mesmo endurecer seu coração, mesmo diante dos
fatos à sua frente demonstrarem o poderio de Yahweh, ou seja, ele
reconhecia as evidências à sua frente como sendo consequências do Deus
israelita, mas não se queria se submeter às suas exigências, reverenciando-o
como superior a si e aos seus deuses. Diante disto suas emoções e sentimentos
para com Deus se fechavam, de forma dura, a tal ponto de negligenciar sua Divindade
e Soberania. Lamentável para ele e para os egípcios, pois a assolação do eterno
não finda contra aqueles que o rejeitam e o desprezam. Havia mais pragas a vir,
e a próxima praga iria mostrar como Ele é capaz de controlar os elementos e
suplantar àqueles que não o obedecem.
OITAVA PRÁTICA (Êxodo 10:1-20): Até quando...? Esse é o início do discurso que o
Senhor ordenou a Moisés que Arão deveria falar a Faraó; existia um limite de
tempo, e o Altíssimo requer do soberano egípcio um posicionamento. Deus é o
senhor do cronos, porém ele obriga Faraó a se posicionar cronologicamente em
sua insubmissão que estava acarretando males à ele e ao povo que ele governava.
É demonstrado nesse discurso que a não submissão ao Yahweh de Israel, traria males ainda maiores. Reiteremos que o
endurecimento do coração de Faraó (lembrando: ele era considerado um deus), não
é uma ação de Deus em seu coração, mas sim consequência da própria indiferença
dele às ordens do verdadeiro e único Criador (Elohim).
Não
existe vitória de um homem só. Nenhum reino subsiste se os governados duvidam
da governabilidade de seu líder. Isto passou a ocorrer (versículo 7), pois os
oficiais (o alto comando) questiona o posicionamento de seu líder diante de um
Egito que ia de mal a pior (“Acaso, não sabes ainda que o Egito está arruinado?
”), ou seja, os líderes de Faraó reconheciam que os deuses egípcios (em
particular Osíris) não tinham poder de confrontação em relação ao Deus de
Israel: Yahweh. Diante da
pressão de seus liderados Faraó propõe (ele impõe seus termos) que somente os
homens sirvam a Deus no deserto, considerando que se deixasse ir também as
crianças e mulheres os israelitas poderiam fugir. Ao impor esses termos, mais
uma vez Faraó traz sobre si e seu povo mais uma praga, que é consequência de
suas práticas idólatras, soberbas e de indiferentismo ao verdadeiro Deus. Um
vento oriental traz os gafanhotos que destroem tudo o que restara, no campo
agrícola, da chuva de pedras; apressado diante de mais essa fatalidade, da
pressão dos oficiais e descontentamento do povo, Faraó implora a Moisés e a
Arão que clamem a Deus para que mais essa praga vá embora, prometendo deixar o
povo ir, infelizmente é mais uma mentira, não desconhecida por Deus, porém ele
estava selando seu destino e o destino do povo egípcio. O vento ocidental leva
os gafanhotos, mas não leva o orgulho de um governante em ruínas físicas,
morais e psicoemocionais. Ocorreriam mais duas pragas, consequência de outras
duas práticas. Deus se revelara e não havia ninguém que poderia impedir seu
povo de ir adorá-lo no deserto, mas Faraó teria que pagar mais duas contas:
reconhecendo que andar na escuridão é certeza de derrota, e que o autor da
vida, é capaz de sacrificar vidas primogênitas.
NONA PRÁTICA (Êxodo 10:21-29): Rê
ou Rá é o principal deus da teologia e panteão egípcio, Faraó é a representação
encarnada desse Deus, ele é o deus sol, que ilumina e proporciona o cultivo dos
alimentos, além de gerar outros deuses. Essa prática ofende e agride
diretamente ao criador de todas as coisas, inclusive do próprio sol que não é
um deus, mas sim uma estrela. Essa escuridão é uma demonstração do poder de
Deus sobre mais essa forma errônea de adoração, que influenciava a cultura,
religião e política egípcia e, consequentemente os hebreus que dele ouviam
falar. Durante três dias esse falso deus teve a possibilidade de desmerecer e
confrontar o Yahweh de Israel, o que não ocorreu. Faraó cede mais uma
vez, ampliando sua liberação do povo agora, além dos homens às mulheres e
crianças, porém não permitindo que os animais sejam levados, Moisés explica à
ele que isto inviabilizaria a proposta de adoração e oferecimento de
holocaustos ao verdadeiro Deus, diante disto seu posicionamento é mais duro
ainda, pois diz que a próxima vez que Moisés o visse ele o mataria, porém o
homem de Deus não deixou por menos, confirma a fala de Faraó, que nunca mais
veria a sua face. O espírito que tudo sabe já estava profetizando a ruína
completa do império de Faraó, que começaria com sua própria família.
DÉCIMA PRÁTICA (ÊXODO 11 E 12): Como
já mencionei na introdução, não é nossa pretensão esgotar esse tema sobre as
práticas egípcias que provocaram a ira de Deus, sendo assim, exatamente nesses
dois capítulos pontuarei, como costume, algumas questões que foram
determinantes nessa última prática: a confiança em vários deuses (falsos
deuses, do ponto de vista hebreu e cristão), menos no verdadeiro e único Deus
Criador de todas as coisas - o Yahweh de Israel. É imprescindível que o leitor leia o texto
completo, são apenas dois capítulos, porém não podemos acreditar que já sabemos
aquilo que não lemos, ou que, lemos a muito tempo, ou até mesmo ouvimos falar
sobre o assunto. Pontuemos: 1. A prosperidade será uma realidade para o hebreu,
até aqui um povo escravo e submisso ao povo egípcio, pois os hebreus pediram
objetos de prata e ouro aos vizinhos egípcios e eles deram, pela fama de
Moisés, o representante de Yahweh.
2. Instituição da Páscoa (“passar sobre”), que hoje em nosso Brasil é conhecida
pelos ovos de páscoa, coelhos, porém que tem um significado de derramamento de
sangue: dos cordeiros (machos de um ano sem defeito) e dos filhos primogênitos
dos egípcios. Ou seja, o que hoje em nosso país é considerado motivo de alegria
por uma comemoração doce de chocolates, foi uma comemoração de libertação com
sangue (exemplo de nossa libertação do pecado pela morte do cordeiro sem
pecado: Jesus Cristo). 3. Os deuses egípcios não puderam impedir a morte dos
primogênitos – o politeísmo e sincretismo religioso do Egito, bem como a crença
na deidade do Faraó, não foram impeditivos da ação do anjo da morte enviado da
parte de Deus. 4. Deus tem pressa – deveriam comer apressadamente, arrumados
para saírem do Egito, pois o que foi feito por Yahweh, atingiu da menor a maior família egípcia, incluindo o
primogênito de Faraó, próximo herdeiro e sucessor de seu reino. Seiscentos mil
homens foram contados, sem considerar mulheres e crianças, se multiplicarmos
por cinco (esses homens provavelmente eram adultos casados, prontos para
guerrear e com filhos), teremos mais ou menos 3 milhões de pessoas que saíram
do Egito. Que baque para a economia Egípcia, porém uma grandiosa mudança na
vida, economia, crença, cultura e história do povo de Israel.
CONCLUSÃO
Nessa
última prática, procuramos pontuar questões relevantes para o benefício de
Israel e que foram negativas para os egípcios. Essa última praga atingiu em
cheio os dois povos de maneira contrária, beneficiando a um e trazendo prejuízo
a outro na economia, cultura, religiosidade, política, visão de mundo e
história. O povo hebreu deixava de ser escravo e o povo egípcio perdia sua
hegemonia política imperiosa. Seus deuses foram incapazes de juntos impedirem a
ação de único Deus (porém verdadeiro e real). O Deus de Israel.
Seiscentos mil homens foram
contados, as mulheres e crianças que o acompanhavam, apesar de não serem
contados estavam presentes (ouso a multiplicar por 5, completando aos homens,
que deveriam ser casados e prontos para guerrear, um total de 3 milhões de
pessoas, ou seja, Deus fez com que uma nação que chegou no Egito com 70 pessoas
(Gênesis 46: 27) chegasse a esse extraordinário quantitativo de milhões de
vidas.
Minha intenção desde o início
não foi fazer uma profunda pesquisa sobre as práticas egípcias, mas sim
demonstrar que tais práticas pagãs, foram o motivo das pragas. Deus não coaduna
com deuses, é único, Senhor de todo o Universo. Então, existe alguma prática
que estejamos fazendo que, de certa forma, diretamente tem provocado a ira de
nosso Deus e promovido pragas em nossa vida? Estará o Brasil praticando algo
que tem provocado a ira de Deus?
Talvez saibamos a resposta, e o
que estamos fazendo para impedir as pragas de atingirem nosso país e nossa
vida?
Paz, Graça, Amor e Redenção.
Referências
As
10 pragas do Egito e sua relação com as divindades pagãs egípcias. Disponível em:
http://gracamaior.com.br/mensagens/128-as-10-pragas-do-egito-e-sua-relacao-com-as-divindades-pagas-egipcias.html.
Acesso em: 18 mai. 2017.
BRUCE, F. F. Comentário Bíblico
NVI: Antigo e Novo Testamento. Tradução:
Valdemar Kroker — São Paul: Editora Vida, 2008.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. Tradução:
Degmar Ribas Junior. Preparação dos Originais: Alexandre Coelho. Revisão:
Alexandre Coelho e Luciana Alves. Capa e projeto gráfico: Eduardo Souza.
Editoração: Oseas Felício Maciel. Rio
de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 4ª Edição, 2004.
Lista de deuses egípcios. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_deuses_eg%C3%ADpcios.
Acesso em: 22 mai. 2017.
O deus Seth. Disponível em:
http://leopoldina-emummundodistante.blogspot.com.br/ 2010/05/o-deus-seth.html.
Acesso em: 12 mai. 2017.
O que
representam as 10 pragas do Egito. Disponível em: https://augustomen. wordpress.com/2014/04/23/o-que-representam-as-10-pragas-do-egito/.
Acesso em: 20 mai. 2017.
Osíris. Disponível em: http://www.infoescola.com/mitologia/osiris/.
Acesso em 27 mai. 2017.
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo
Testamento: volume I, Pentateuco. Traduzido por Susana E. Klassen - Santo
André, SP: Geográfica Editora, 2006.
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