sábado, 3 de junho de 2017

INTIMIDADE COM DEUS

                                                                                                            Pr. Claudio Marcio
Ser íntimo de Deus, seria isto possível? Como seria essa intimidade?
Estamos acompanhando pelos jornais televisivos, radiofônicos e internáuticos (essa palavra existe? Se não existe acabei de criar, é um neologismo) a prisão do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que era muito íntimo do presidente Michel Temer, na prática isto significa que, se alguém sabe alguma coisa de boa ou não sobre o presidente da República esse alguém é o ex-deputado. Essa intimidade entre eles não se iguala a uma intimidade familiar, mas profissional, porém comprometedora, do ponto de vista político comprometedor, se houver algo que não seja lícito nessa relação e nas atividades noticiadas sobre o Loures pela mídia (ter pego uma mala contendo 500 mil reais – dinheiro de propina). Seria a mando de quem? Eis aí a questão da intimidade/proximidade com o Temer. Mas o que quero ressaltar é a intimidade que gera conhecimento, cumplicidade e consequências. A intimidade do ex-deputado traz consigo comprometimento e certa responsabilidade, pelo cargo ocupado: assessor do Presidente da República. Ou seja, quanto mais próximo, mais unidade em suas ações e relações.
A intimidade com Deus deveria nos fazer conhecer mais de Deus, porém um ser incognoscível e incompreensível, do ponto de vista da razão humana, como poderíamos ter com ele tal intimidade? A resposta não é fácil, porém simples: Ele se revelou ao homem. Não em sua essência plena divina, mas em uma forma acessível ao ser que criou. No Antigo Testamento, apesar de lermos sobre seu andar no Éden, seu falar a Abrão (depois se tornou Abraão), da sua conversa com Moisés (EU SOU O QUE SOU), manifestação de seus poderes no Egito e no deserto, de sua manifestação e profecias por intermédio dos profetas e reis, Ele parece-nos um ser impessoal. No Novo Testamento Ele se mostra um Deus Pessoal, materializando-se como o Ungido de Israel, a Salvação que vem dos Céus, personificado em Jesus. Ainda no N.T. Ele se demonstra de forma intangível, porém personificando-se não em uma materialidade única (pessoa), porém se entronizando nas pessoas: o amigo e companheiro Espírito Santo, Dúnamis de Deus nos homens.
Então intimidade com Deus não é conhecê-lo, entendê-lo, compreender sobre quem é? Não, não é. Intimidade com Deus é querer estar perto dele, aproximar-se, obedecê-lo por amor e fé. Ainda que seja inefável, inexplicável, inexorável, porém real na mente, na natureza, no universo, dentro de cada ser, na existência viva e tangível e na vida intangível dos seres espirituais. Intimidade com Deus não depende do quanto se sabe sobre ele, mas o quanto se faz por Ele. Ou seja, não está pautada na teoria da fé, na teologia do ser, mas na prática das obras feitas pela fé e na teologia da aceitação de sua salvação, não pelo que se fez ou se faz, mas sim pelo que aceitamos ter Ele já feito, antes de virmos à existência tangível-humana.
Espero não ter filosofado, teologado, mas simplificado e esclarecido que é impossível a criatura compreender ou explicar o criador, porém é possível ser íntimo dele na busca, na espiritualidade e na santidade, pois Ele se revelou Santo, Espírito e Amor. Aproxime-se, seja íntimo pela fé e receba a graça de sua salvação, as dádivas de seu galardão e a certeza de vida eterna.

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