Mateus (Abrev.: Mt)
Autor: Mateus
Data: Cerca de 50-75 d.C.
Autor
Embora
este evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui
a Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele,
além de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após a ressurreição
de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em
outras nações.
Data
Evidências
externas, como citações na literatura cristã do Séc. I, testemunham desde cedo
a existência e o uso de Mt. Líderes da igreja do Séc. II e III geralmente
concordavam que Mateus foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias
declarações em seus escritos indicam uma data entre 60 e 65 dC.
Conteúdo
O
objetivo de Mateus é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os
ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao
judaísmo, pode revelar o objetivo de Mateus em mostrar Jesus como o cumprimento
da lei. Cada divisão termina com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes discursos...”
(7.28; 11.1; 13.53; 19.1; 26.1).
No
prólogo (1.1-2.23), Mt mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às
promessas feitas a Abraão e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do
cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importância dele para os
gentios.
A
primeira parte (caps. 3-7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve
como as pessoas devem viver no Reino de Deus.
A
Segunda parte (8.1-11.1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos
quando ele os enviou para a viagem missionária.
A
Terceira parte (11.2-13.52) registra várias controvérsias nas quais Jesus
estava envolvido e sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus,
em conexão com a resposta humana necessária.
A
Quarta parte (13.53-18.35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes
dentro da sociedade cristã (cap. 18).
A
quinta Parte (19.1-25.46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela
seu conflito climático com o judaísmo. Os caps. 24-25 contêm os ensinamentos de
Jesus relacionados às últimas coisas. O restante do Livro (26.1-28.20) detalha
acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à
comissão do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a
disposição de Mateus não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi
planejada para mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças
em Jesus.
Cristo Revelado
Este
Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e
esperanças messiânicas. Mateus estrutura cuidadosamente suas narrativas para
revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna
seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao AT, introduzindo muitas
delas com a fórmula “para que se cumprisse”.
No
Evangelho, Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem, uma
referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13,14). O termo não somente
permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos messiânicos
populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de redenção (como
em 17.12,22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glória (como em 13.41; 16.27;
19.28; 24.30,44; 26.64).
O
uso do título “Filho de Deus” por Mt sublinha claramente a divindade de Jesus (1.23;
2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem
mediação com o Pai (11.27).
Mateus
apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é
chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como
seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18;
18.15-20). O Evangelho de Mateus pode ter servido como manual de ensino para a
igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28.12-20), que é a
garantia da presença viva de Jesus.
O Espírito Santo em Ação
A
atividade do ES é evidente em cada fase e ministério de Jesus. Foi por meio do
poder do Espírito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1.18-20).
Antes
de Jesus começar seu ministério público, ele foi tomado pelo Espírito de Deus
(3.16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparação
adicional a seu papel messiânico (4.1). O poder do Espírito habilitou Jesus a
curar (12.15-21) e a expulsar demônios (12.28).
Da
mesma forma que João imergia seus seguidores na água, Jesus imergirá seus
seguidores no ES (3.11). Em 7.21-23, encontramos uma advertência dirigida
contra os falsos carismáticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam
demônios e fazem milagres, mas não fazem a vontade do Pai. Presumivelmente, o
mesmo ES que inspira atividades carismáticas também deve permitir que as
pessoas da igreja façam a vontade de Deus (7.21).
Jesus
declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino
de Deus havia chegado e que o poder de satanás estava sendo derrotado.
Portanto, atribuir o ES ao diabo era cometer um pecado imperdoável (12.28-32).
Em 12.28, o ES está ligado ao exorcismo de Jesus e à presente realidade do
Reino de Deus, não apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos
fariseus (discípulos) também praticavam exorcismo (12.27). Mas precisamente, o
ES está executando um novo acontecimento com o Messias—”é chegado a vós o Reino
de Deus” (v.28).
Finalmente,
o ES é encontrado na Grande Comissão (28.16-20). Os discípulos são ordenados a
ir e a fazer discípulos de todas as nações, “batizando-os em nome do Pai, do
Filho e do ES” (v.19). Isto é, eles deveriam batizá-los “no/com referência ao “
nome— ou autoridade– do Deus Triúno. Em sua obediência a esta missão, os
discípulos de Jesus têm garantida sua constante presença com eles.
Esboço de Mateus
Prólogo:
Genealogia
e narrativa da infância 1.1-2.23.
Genealogia
de Jesus 1.1-17.
O
nascimento 1.18-25.
A
adoração dos magos 2.1-12.
Fuga
para o Egito e matança nos inocentes, a volta para Israel 2.13-13.
I. Parte um: Proclamação do Reino dos Céus 3.1-.29
Narrativa: Início do Ministério de Jesus
3.17.29.
Discurso: O Sermão da Montanha 5.1-7.29.
II. Parte Dois: O ministério de Jesus na Galiléia 8.1-11.1
Narrativa: Histórias dos dez milagres
8.1-11.1.
Discurso: Missão e martírio 9.35-11.1.
III. Parte Três: Histórias e parábolas em meio a controvérsias 11.2-13.52
Narrativa: Controvérsia que se intensificam
11.2-12.50.
Discurso: Parábolas do Reino 13.1-52.
IV. Parte Quatro: Narrativa, controvérsia e discurso 13.53-17.27
Narrativa: Vários episódios precedentes à
jornada final de Jesus em Jerusalém 13.53-17.27.
Discurso: Ensino sobre a igreja 18.1-35.
V. Parte Cinco: Jesus na Judéia e em Jerusalém 19.1-25.46
Narrativa: A jornada final de Jesus e a
instauração do conflito 19.1-23.39.
Discurso: Os ensinos escatológicos de Jesus
24.1-25.46.
A narrativa da Paixão 26.1-27.66.
A narrativa da ressurreição
28.1-20.
Fonte: Bíblia Plenitude
Nenhum comentário:
Postar um comentário